Pesquisa Especial de Crédito da FEBRABAN mostra que, como ocorrido em agosto, crédito direcionado deve ser o destaque do mês, com crescimento de 2,7%
O saldo total da carteira de crédito deve crescer 1,7% em setembro e, como ocorreu no mês de agosto, o forte desempenho deverá ser novamente liderado pelo crédito direcionado (+2,7%), com estimativa de alta na carteira pessoa física (+2,3%) e principalmente na carteira pessoa jurídica (+3,4%), revela a Pesquisa Especial de Crédito da FEBRABAN.
De acordo com o levantamento, a elevada base de comparação (alta de 2,2% em setembro de 2021) deve fazer com que o ritmo de expansão anual da carteira siga em desaceleração, passando de 16,8% em agosto para 16,3% em setembro. Ainda assim, o crescimento esperado para o ano é bastante elevado, novamente acima de dois dígitos.
A Pesquisa de Crédito da FEBRABAN é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central e as projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 38% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.
“Em setembro, mais uma vez, os destaques da expansão foram o crédito rural para as famílias, com o Plano Safra 2022/2023, e a nova rodada dos programas públicos de crédito para as empresas”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da FEBRABAN. “Com exceção do mês de janeiro, quando a carteira ficou estável, em todos os meses do ano tivemos crescimento no saldo total, o que demonstra que os bancos seguiram mostrando apetite para ampliar a oferta de crédito em um ritmo importante durante todo o ano”, acrescenta.
A Pesquisa de Crédito também mostra que a carteira com recursos livres deve indicar um crescimento mais modesto, de 1,1%. O melhor desempenho deve vir do crédito livre às empresas (+1,7%), impulsionado pela recuperação da atividade econômica e pela sazonalidade favorável das linhas de fluxo de caixa (antecipação de faturas e descontos de duplicatas). Para as famílias, a alta estimada de 0,6% no mês reflete a melhora do mercado de trabalho e as transferências de renda do governo, que estimulam o consumo.
Concessões
De acordo com o levantamento, as concessões de crédito devem apresentar retração mensal de 1,3% em setembro. Entretanto, o resultado deve refletir o menor número de dias úteis de setembro na comparação com agosto. Quando ajustado, o volume de concessões deve crescer 8,1%, mantendo-se em um elevado patamar histórico – mesmo quando corrigido pela inflação.
No acumulado em 12 meses, o volume deve permanecer praticamente estável, com expansão de 23,9% (ante 24,2% em agosto), sinalizando que a injeção de crédito na economia tem se mantido expressiva, mesmo com condições financeiras mais restritivas, em especial pela alta da Selic.
No mês, o desempenho deve ser positivo em todos os recursos e segmentos. As operações com recursos direcionados devem ser mais uma vez impulsionadas pelos programas públicos de crédito. Já as operações com recursos livres seguem beneficiadas pelo bom dinamismo da atividade econômica, que tem estimulado as linhas atreladas ao consumo, e, em setembro, favorecidas pela sazonalidade positiva das linhas de fluxo de caixa.