Conhecida popularmente como pinga, marvada, branquinha, cana ou canha, a cachaça, em especial a artesanal, está cada vez mais se tornando a queridinha do país. A aguardente tipicamente nacional, que completou 500 anos de história, tem feito parte de mesas de botecos à requintados restaurantes e confrarias. Feita a partir de canas rigorosamente selecionadas, a cachaça artesanal é apontada como a nova preferência dos degustadores, amantes e curiosos. E ao contrário do que muitos pensam a cachaça preenche cardápios de uma gastronomia diversa deixando de ser apenas aperitivo. Durante o 3º BUTECANDO NA ORLA, que começa HOJE, quinta-feira, uma das atrações será a Sommelier em Cachaça, Isadora Bello Fornari . Ela compara o mercado da cachaça com o da cerveja e acredita que há muito para se evoluir para que as pessoas reconheçam as diferenças e se permitam aos prazeres da bebida. Ela se apresentará no estande da Cachaçaria Sete Engenhos e também estará dando treinamento para os funcionários dos associados do Polo: Ilhote Sul, Durval-São João, Estação da Praia-Luigi, HKILLS e Le Blanc.
Blogueiro do O Cachacier na empresa Paladar Estadão, Maurício Maia, explica que a compreensão sensorial dos estilos de cachaças é fundamental para o profissional que atua como bartender e os que atendem no salão os clientes. Isadora Bello explica que como cada cachaça pode ter mais de 200 componentes, estudar e saber os principais itens de cada tipo para trabalhar como ingrediente seja em drink ou receita é o diferencial nos grandes restaurantes hoje. “A cachaça se torna ingrediente quando você passa a entender e combinar em drinks e harmonizações. Uma que possui cravo e canela por exemplo pode ser usada com receitas substituindo o cravo e canela pois ela já possui”. O casal estará ministrando treinamentos até terça-feira em Macaé nos restaurantes associados do Polo.
Diante de tanto sucesso, mensalmente, produtores e apaixonados pela cachaça se reúnem em feiras, degustações e festivais com diversas atrações, onde foco principal é a própria cachaça. Durante os eventos etílicos, que estão cada vez mais populares, surgem marcas vencedoras e novos produtores, que se revelam no mercado da bebida mais brasileira de todas.
O valor da cachaça varia e já há bastante Sommelieres de cachaça ou Cachacieres ensinando a harmonização da bebida assim como os vinhos, cervejas e whisques, as cachaças ganharam “pedigree” e não é mais coisa de “pé de cana” como se dizem por aí. Se vai uma branquinha? Que seja refinada e com requinte. A cachaça vai muito além do shot. A história a cachaça se mistura com a história do Brasil e com o manejo da cana-de-açúcar, principal atividade agrícola por anos na região norte fluminense do Estado do RJ. Hoje a produção está alicerçada na tecnologia de ponta e na paixão por sabores e combinações. Diversos cursos são oferecidos para quem deseja ser um apreciador especialista da bebida.
“Para falar de cachaça é imprescindível separá-las também entre industrial e artesanal, igual cerveja. Hoje a cerveja comum e cerveja artesanal já tem sua distinção clara para o público. Nenhuma outra bebida oferece tantos potenciais sensoriais. Temos a única bebida no mundo que pode ser trabalhada em diversas formas: jequitibá, umburana, freijó, amendoim, castanheira, bálsamo. A cachaça artesanal é um mercado gourmet acessível aos brasileiros e de infindáveis descobertas sensoriais. Cada uma oferece uma experiência diferente. Para ser cachaça deve ser destilado do mosto de cana de açúcar, fermentado, possuir de 38% a 48% de graduação alcoólica e ser produzida aqui no Brasil”, destaca Isadora.
Crescimento – O preconceito em relação à cachaça é histórico. Esse universo, mesmo tão antigo quanto a história do Brasil ainda é desconhecido por muitos brasileiros. Há um preconceito e generalização entre as industriais e artesanais. Ele é propagado por uma experiência sensorialmente pobre e negativa com uma cachaça de má qualidade. Profissionais da área de marketing tem trabalhado duro para mudar esse conceito. E a profissionalização deste mercado cresce assim como foi com o processo cultural sobre a cerveja artesanal. Tudo isso para conquistar ainda mais o mercado nacional e abrir novas portas no exterior. E você? Também vai fazer parte deste novo universo. A cachacinha te espera!