Índices de emissões de carbono permitem aos operadores resultados financeiros, sem abrir mão de baixa pegada de carbono
Há diversas vantagens para uma marca que busca comunicar a seu público e massa de trabalho suas políticas ambientais. Em uma era de propósito, tanto quem compra quanto quem trabalha busca respaldar suas crenças ao escolher um produto ou emprego.
Por outro lado, investidores são, usualmente, tidos como insensíveis ao tema. Essa percepção fica ainda mais latente entre os operadores de bolsas de valores ao redor do mundo, aos quais cabe a pecha do capital especulativo de retorno imediato.
Há, entretanto, uma mudança no horizonte. A B3 e o BNDES mantêm há dez anos um índice focado na emissão de carbono de empresas listadas na organização. Chamado ICO2, é formado por empresas que voluntariamente adotaram práticas transparentes em relação às suas emissões. Nele, estão apenas companhias que integram o grupo das 50 mais líquidas da B3.
Ao todo, são 27 empresas presentes no índice. Juntas, as tais companhias formam 44,43% do valor total de mercado da B3. Entre elas estão Bradesco, Cielo, Natura, Grupo Pão de Açúcar e Petrobras.
Assim, o movimento de descarbonização de portfólio ganha mais espaço entre os operadores. “Cada vez mais a pressão dos investidores ajuda a impulsionar a agenda ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês) nas companhias”, afirma Gleice Donini, superintendente de sustentabilidade da B3. “Cada vez mais os investidores estão atentos à agenda ESG, principalmente, aos riscos de não olhar e incorporar às análises estas questões”, finaliza.
Desde o lançamento, em agosto de 2010, a performance do índice Ibovespa foi de 77,52%. Já o ICO2, por outro lado, alcançou 158,09%. Os valores foram consultados em 31/12/2019.
Fora do País, há iniciativas similares. A Stoxx, uma empresa suíça que provê índices nas maiores bolsas globais, lançou em 2016 uma série de agrupamentos relacionados à sustentabilidade. Dentro de uma família de 1.800 companhias, a Stoxx subdivide aquelas com baixos índices de carbono pelas regiões Europa, Ásia/Pacífico e América do Norte e seis subcategorias – Índices de Baixo Carbono Reportados; Líder de Indústria com Baixos Índices de Carbono; Índices de Baixa Pegada de Carbono; Index Global de Líderes em Mudança Climática; Índices de Impacto no Clima; e Índice de Awareness em Clima.
Fonte: Meio&Mensagem