O ano começou animado na economia, bolsa de valores quebrando recordes, índice de desemprego caindo ainda mais no quarto trimestre de 2019, Taxa Selic no menor índice histórico, ou seja, só notícias boas. Aí, vem a história do tal vírus originado na China e de uma hora para outra, só se fala no coronavírus, e agora? 2019 foi um ano melhor nas contas públicas e nos indicadores financeiros do Brasil. A Bolsa começou o ano com índice em cerca de 91.000 pontos e terminou com 115.000 pontos. O desemprego que tinha subido no primeiro trimestre de 2019 em relação ao último de 2018, caiu nos 3 trimestres seguintes e terminou o ano em 11%, segundo a PNAD do IBGE divulgado dia 31 de janeiro. As contas públicas fecharam com R$ 95 bi de déficit, menor valor nos últimos 5 anos e bem menos que o previsto no orçamento. Começamos 2020 com Bolsa em alta já no primeiro dia de operação e batendo o recorde com118.543 pontos, chegou a 119.527 pontos no dia 23 de janeiro e com o agravamento do coronavírus começou uma trajetória de queda fechando o mês com os 113.760 pontos. O dólar ao contrário como era de se esperar, começou o ano cotado a R$ 4,02 (dólar comercial) e terminou o mês de janeiro cotado a R$ 4,28.
As notícias do coronavírus desanimaram um pouco o mercado financeiro, que trabalha com a perspectiva de redução de 1,5% no PIB da China no primeiro semestre, valor que pode ser recuperado no segundo semestre. Como a China representa 20% do PIB Mundial, se o PIB chinês cair 1,5% a tendência é uma queda de 0,3% no PIB mundial. O desânimo do mercado se dá também porque as notícias ruins do coronavírus veio justo no momento em que o mercado comemorava o acordo comercial EUA & China o que mudava a expectativa para crescimento da economia global. Complementando as notícias, no começo de fevereiro tivemos a baixa de ações de grandes empresas brasileiras exportadoras de comodities, o que por enquanto não preocupa pois é apenas antecipação de possíveis prejuízos, nada que não possa ser corrigido com o tempo e as ações voltarem a subir. Tivemos ainda o pior resultado da balança comercial brasileira no mês de janeiro desde 2015, mas isso também não preocupa porque, ano passado a principal contribuição para o superávit de US$ 1,7 bilhão foi a exportação de uma plataforma de petróleo e este ano tivemos a importação de duas plataformas, de forma que é notícia ruim por um lado e muito boa por outro. O momento então passa a ser de espera, a expectativa do mercado é que o coronavírus tenha um decréscimo nos números de pessoas contagiadas o mais rapidamente possível. Acontecendo isso, e este número se solidificando ao decorrer de uma semana, o mercado se reanimará e quanto antes isso acontecer, melhor.
Por Gerde Peixoto, Diretor do Grupo Edge e Consultor Associado da Luzone Capital