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Macaenses ganham concurso para artistas plásticos autistas

O talento pela pintura tem desenvolvido as habilidades do macaense Davi Portugal, 10 anos, portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Depois de conquistar o terceiro lugar no Festival Eyecontact de Artes para Autistas, em abril de 2019, para artistas plásticos autistas, agora receberá o título de primeiro lugar com a pintura acrílica em tela “Bahia de todos os patuás”.

A premiação será nos dias 9 e 10 de janeiro, em Salvador, no Congresso Nacional Bahia de Todos os TEA. Ele concorreu com 30 candidatos de todo o país e, também, dos Estados Unidos, com o tema que leva o nome do congresso. Outro macaense, o artista Pedro Céu Hall, 14 anos, conquistou o segundo lugar no mesmo concurso.

A mãe de Davi, a psicóloga Jamile Portugal, contou que o diagnóstico surgiu aos 4 anos e, desde então, junto com o marido Denis Portugal, resolveram investir nas habilidades do filho para a arte. Davi foi matriculado em curso de pintura com o professor Luciano Pauferro e começou a se destacar com três meses de aula, quando surgiu o primeiro prêmio.

“Desde muito pequeno, o Davi começou a demonstrar habilidades para arte entre brinquedos e brincadeiras. Resolvemos investir, pois acreditamos que ele pode chegar em qualquer lugar que quiser. O autismo é uma condição e não define ninguém. Todos são capazes. O autismo não é o fim. É o início de uma trajetória”, destacou.

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Além de desenvolver as habilidades em artes plásticas, Jamile revelou que o filho conseguiu trabalhar as habilidades sociais. “Ele tinha dificuldades de ter o convívio social e a pintura está transformando isso na vida dele”, acrescentou.

Os pais de Pedro, Nádia e Lélio Hall, explicaram que o filho foi diagnosticado com autismo aos 6 anos e, no decorrer desse caminho, fez várias terapias. “Ele gostava muito de desenhar os personagens dos desenhos que assistia e foi quando resolvi aperfeiçoar essa vocação. E já nas primeiras aulas com o professor, vi que era muito dedicado e segurava o pincel como se já tivesse uma certa intimidade. No decorrer das aulas fui vendo que isso também era uma terapia pra ele, pois melhorou muito a parte sensorial, teve melhora na concentração e também na coordenação motora”, frisou a mãe.

O professor Luciano Pauferro falou sobre a importância do contato com a arte. “As aulas de pintura e desenho desenvolvem a atenção e concentração, fazem interagir com mais facilidade ao mundo exterior, sem contar que é prazeroso se envolver com a arte”, frisou.

“Eles são talentosos e mereceram as suas conquistas de 1° e 2° lugar neste festival de artes para autistas. O Davi é uma criança que gosta de pintar há muito tempo, e devido a este gosto, esta tendência para arte, é que vamos buscando orientar com técnicas e estilos de pintura. Particularmente o Davi gosta do estilo surrealista, gosta de ver a transformação de figuras, e a gente se diverte buscando compor estes temas. O Pedro Hall, que também adora desenhar e pintar, busca uma pintura mais realista, tem uma atenção espetacular nas suas pinturas, perfeccionista por excelência”, explicou Luciano.

A organizadora do projeto “Eyecontact – Lives Shaped by Autism”, Grazi Gadia, afirmou que a iniciativa tem como causa as mães dos autistas. “Elas são a principal voz do autismo no mundo e no Brasil. São as famílias dos autistas que fazem a diferença na sua comunidade, diversos projetos sociais são as famílias e a sociedade civil que se mobilizam para ajudar as outras famílias. Estamos localizados em Weston, na Florida, e o Eyecontact acredita na arte e no esporte como um drive no tratamento de autistas e crianças com atraso no neurodesenvolvimento”, pontuou.

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