Ainda não se sabe quem será o próximo Presidente do Brasil e quais serão os seus planos para a economia e o desenvolvimento do país a partir de 2019. Mas ainda assim é certo que os próximos leilões de rodovias do atual governo federal terá muitos pretendentes, inclusive de fora do Brasil.
O primeiro trecho a ser entregue à iniciativa privada será o da Rodovia de Integração do Sul, que deve acontecer no próximo dia 1º de novembro e que poderá ter pela primeira vez na história das privatizações de estradas, um grupo chinês participando do processo.
Este primeiro leilão abre uma verdadeira temporada de concessões que deverão atingir rodovias no centro-oeste e no sul do país, todas com caminho pavimentado para serem licitadas. Duas outras no sudeste no entanto, chamam a atenção dos investidores: As BRs 040 e 116.
A BR 040 é hoje operada pela Concer no trecho entre o Rio de Janeiro e Juiz de Fora (MG). Alguns entraves precisam de solução, como a lenta e complicada duplicação do trecho da serra de Petrópolis, uma obra de 20 quilometros de extensão que chegou a ser interrompida por conta de problemas financeiros e que parece não ter solução imediata. O contrato de concessão da rodovia data dos anos 90 e vence em 2021.
Considerada a “cereja do bolo” das privatizações de rodovias, a Via Dutra (BR 116) liga as duas principais capitais do sudeste brasileiro e recebe em suas pistas boa parte do PIB nacional.
A rodovia foi entregue à concessionária CCR em 1996, através de um contrato de 25 anos . Em março de 2017 o governo decidiu relicitar a rodovia, ainda que a concessionária desejasse mais tempo à frente do ativo em troca de obras adicionais. A concessionária chegou a acenar com um aditivo de R$ 3,5 bilhões em obras, que incluíam uma nova pista na antiga e perigosa serra das Araras, mas com uma contrapartida de mais 16 anos de contrato, o que parece não ter agradado ao governo.
Para se ter uma ideia do peso que a nova concessão terá em todo o processo, o governo federal já tem pronto um projeto executivo da nova subida da serra das araras, incluindo o estudo ambiental e os cálculos iniciais que apontam uma obra de cerca de R$ 1,5 bilhão, custo que poderia ser embutido no valor das tarifas assim que o novo concessionário assumisse a rodovia.
A nova concessão também deverá premiar uma nova distribuição de praças de pedágio, de forma a aumentar o número de pagadores e reduzir o valor da tarifa.