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Desemprego recua em dezembro, mas taxa média do ano é a maior desde 2012

Apesar da queda na taxa de desocupação entre o 3º e o 4º trimestre, de 12,4% para 11,8%, 2017 foi o pior ano para o mercado de trabalho no país desde 2012. Com uma taxa média de 12,7%, o desemprego atingiu o maior nível da série histórica. Em relação a 2014, quando a taxa média de desocupação atingiu o menor patamar (6,8%), a diferença foi de 5,9 p.p. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada hoje pelo IBGE.

 

De 2014 para 2017, foram quase 6,5 milhões de desempregados a mais, um crescimento de 96,2%, chegando a 13,2 milhões de pessoas. O Coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, explicou que, nesses três anos, o país perdeu muitos postos de trabalho, sobretudo formalizados. “O número de trabalhadores com carteira assinada, que já chegou a 36,6 milhões em 2014, agora ficou em 33,3 milhões. Em três anos, perdemos 3,3 milhões de postos de trabalho com carteira”. Já em relação a 2016, a queda no número de trabalhadores com carteira foi de quase um milhão de pessoas.

Só de 2016 para 2017, o número de trabalhadores sem carteira de trabalho no setor privado cresceu 5,5%, o que representa 560 mil trabalhadores. Em relação a 2014, o aumento médio foi de 3,2%, ou 330 mil pessoas. Já o número de trabalhadores por conta-própria cresceu 0,7% no último ano, um contingente de 159 mil pessoas. Em três anos, o aumento foi de 6,5% ou 1,3 milhão de trabalhadores nesta categoria.

Grupamentos de atividades expressivos, como agricultura, indústria e construção, foram os que mais perderam trabalhadores. “Nesses 3 anos, a queda na agricultura foi de 10,4%, na indústria, -11,5%, e na construção, -12,3%. Parte desses postos foram compensados em grupamentos que têm um processo de inserção mais voltado para a informalidade, como comércio, outros serviços e alojamento e alimentação”, explicou Cimar.

Os resultados confirmam que em relação a 2014, o comércio apresentou aumento de 0,5% no número de trabalhadores, outros serviços, de 7,0% e alojamento e alimentação, de 21,4%. Isso ocorre, segundo Cimar, porque durante períodos de crise, os serviços de alimentação, principalmente, funcionam como uma espécie de válvula de escape. “Você pode ficar sem comprar, sem viajar, sem reformar a casa, mas sempre terá que se alimentar. Por isso, quando as pessoas ficam sem emprego, migram para esse setor, pois é nele que se abrem oportunidades”, explicou.

Já a média anual do rendimento dos trabalhadores em 2017 ficou em R$ 2.141, uma alta de 2,4% em relação a 2016. Entretanto, em relação a 2014, ano em que se observou o maior rendimento da série, o quadro foi de estabilidade.

“Além da inflação baixa registrada em 2017, a saída de pessoas com rendimentos mais baixos deveria elevar a média do rendimento, mas, como também houve queda entre as populações que ganham mais, o rendimento em 2017 ficou no mesmo patamar do de 2014”, concluiu Cimar.

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