A previsão é investir US$ 21 bilhões até 2023 para manter a curva de produção da Bacia de Campos
Ao mesmo tempo que bate recordes seguidos no pré-sal, a Petrobras convive com o desafio de conter o declínio natural acentuado de sua produção no pós-sal da Bacia de Campos. A companhia, no entanto, promete acelerar os investimentos para recompor as perdas na região.
Segundo o diretor de exploração e produção da estatal, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, a previsão é investir US$ 21 bilhões até 2023, com a intenção de “manter a sustentação da curva de produção” da Bacia de Campos, onde a petroleira produz cerca de 980 mil barris diários de óleo equivalente (BOE/dia) de petróleo e gás natural.
Desse volume, basicamente a metade vem do pré-sal e a outra metade do pós-sal. Enquanto os volumes do pré-sal sobem ano a ano, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a produção da Petrobras no pós-sal da Bacia de Campos despencou praticamente pela metade nesta década, de um patamar de 1 milhão de BOE/dia em 2011, para aproximadamente 530 mil BOE/dia neste ano.
“Estamos nesse momento investindo bastante num programa de melhoria da eficiência operacional. Por isso temos visto algumas operações [de plataformas] que acabam tendo que interromper para fazer esse upgrade [melhorias de eficiência]. Temos uma programação que consiste numa série de iniciativas que temos desenvolvido em 2019 e que vão se acentuar ao longo dos anos”, afirmou o executivo, na sexta-feira, durante teleconferência com investidores.
O projeto da Petrobras inclui desde a entrada de duas novas plataformas, para revitalização do campo de Marlim, à perfuração de 87 novos poços na bacia. Ao mesmo tempo, a petroleira mantém ativo o seu programa de desinvestimentos, para venda de ativos de menor rentabilidade na área. Nesse sentido, a estatal já assinou contratos de US$ 1,34 bilhão para venda dos polos de Pargo, Pampo e Enchova, além do campo de Maromba.
A expectativa, segundo Oliveira, é que as intervenções para recuperação da produção da Bacia de Campos pressionem para cima o custo de extração da companhia para os seus ativos em águas profundas, no pós-sal, atualmente em US$ 13 o barril. Ao fim, no médio e longo prazos, esses custos devem voltar aos níveis atuais.
“Vamos num primeiro momento assistir a uma menor performance, mas com expectativa de melhorar o desempenho. Esperamos recompor a produção”, afirmou Oliveira.
Além da recuperação da produção atual, a Petrobras pretende intensificar, nos próximos anos, os investimentos na exploração da Bacia de Campos, em busca de novas descobertas. A empresa fará campanhas nos blocos arrematados nos leilões dos últimos dois anos, mas também buscará perfurar o pré-sal de campos maduros, que tradicionalmente produzem na camada pós-sal. Nesse sentido, a empresa prepara teste de longa duração na área de Forno, descoberta na concessão de Albacora.
Fonte: ABESPetro