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Brasil se destaca nas pesquisas em nanotecnologia

Atualmente, segundo dados do Web of Science, o Brasil ocupa o 13º lugar em publicações em nanotecnologia, atrás somente de potências mundiais como Estados Unidos, China, Alemanha, Japão e Coreia do Sul, entre outras; na área de biotecnologia, ocupa o 11º lugar e quando aplicada a cosméticos a posição é bem superior, ocupa o 3º lugar.

Desde o final dos anos 90, as políticas de financiamento de pesquisas pelo governo brasileiro integram estes temas e promoveram o desenvolvimento científico na área de nanotecnologia, com o estabelecimento de vários grupos reconhecidos internacionalmente. São muitos os projetos temáticos, Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) e laboratórios referências em todo o País desenvolvendo pesquisas básicas e tecnológicas, além de novos produtos atendendo às demandas do setor industrial.

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Entre os INCTs, há o de Nanotecnologia Farmacêutica sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, coordenado pela professora Maria Vitória Lopes Brada Bentley. A nanotecnologia e a biotecnologia, segundo a coordenadora, são tecnologias disruptivas, ou seja, que provocam uma ruptura com os padrões, modelos ou tecnologias já estabelecidos no mercado, e devem trazer grandes avanços para a indústria até 2027.

“São condições essenciais para o desenvolvimento e autossuficiência do País na área de nanobiotecnologia a disseminação de conhecimentos, de tecnologias e a formação de recursos humanos, o fortalecimento de competências, colaborações e consolidação de parcerias público-privadas, acadêmica e setor produtivo, e ainda, o fomento a pesquisas”, resume a professora.

Por isso, o Centro Brasileiro-Argentino de Biotecnologia (CBAB/CABBIO) realizou o curso internacional Produção e Formulação Nanoestruturada de Biofármacoscoordenado pelos professores Maria Vitória, da USP, e Ricardo Kratje, da Universidade Nacional del Litoral, da Argentina.

O curso, com aulas teóricas e práticas, se encerrou nesta sexta-feira, dia 13, e capacitou alunos de pós-graduação para atuarem de forma sistemática na área de produção e formulação de biofármacos, visando à obtenção de medicamentos biológicos inovadores. Participaram sete estudantes de pós-graduação estrangeiros e seis brasileiros. Segundo os organizadores, a proposta é ampliar conhecimentos científicos, bem como procedimentos técnicos para a consolidação desta estratégica área para o desenvolvimento nacional, especialmente na área de saúde.

Impactos na saúde humana

Ricardo Kratje, da Universidade Nacional del Litoral, Argentina, é um dos coordenadores do curso internacional- Foto: Cássio Luís Rodrigues – FCFRP

Kratje lembra que os avanços na área impactaram inúmeras especialidades médicas, como tratamentos de reposição hormonal e enzimática, tratamentos contra doenças incapacitantes e câncer. “Para mostrar o impacto que os biofarmacêuticos tiveram e têm na saúde humana é válido ilustrar sua importância com dados precisos, como é o fato de que atualmente existem cerca de 300 produtos biofarmacêuticos com diferentes fármacos. A indústria biofarmacêutica possui um pipeline de mais de 2,4 mil produtos em diferentes estágios de desenvolvimento”.

Para o professor, considerando o fato da nanobiotecnologia ser capaz de criar novos materiais “inteligentes” em escala nanométrica e associar essa nanotecnologia a ferramentas biotecnológicas, ela “revolucionará tratamentos e modificará o atual paradigma de saúde existente, com um medicamento direcionado e personalizado para cada paciente, com o monitoramento de possíveis doenças no homem saudável, e assim antecipará os problemas que correspondem à vida e à saúde do ser humano”.

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