A Petrobras prepara uma operação inédita para reduzir sua participação nos gasodutos Rota 1, Rota 2 e Rota 3, responsáveis pela interligação dos campos do cluster de Santos à costa do Rio de janeiro e de São Paulo. A modelagem está sendo elaborada em conjunto com a Shell, Repsol e Galp – sócias em algumas das redes – visando uma oferta pública de ações (IPO).
Segundo fontes que participam das negociações, a formatação da operação já está em estágio avançado de concepção, restando apenas acertos de alguns detalhes. A previsão é que o grupo de petroleiras criará, no início de 2020, uma empresa com carteira formada exclusivamente pelas três linhas de escoamento offshore e que terá parte de seu capital aberto ao mercado até o final do ano que vem.
A proposta é abrir um percentual suficiente para atrair grupos interessados na operação e garantir que a nova empresa tenha controle privado.
A Petrobras detém 100% de participação no primeiro trecho do Rota 1, que interliga o campo de Mexilhão à costa. Na segunda etapa, que conecta Mexilhão a Lula, a parcela da estatal é de 65%, ante 25% da Shell e 10% da Galp. No Rota 2, as parcelas se dividem da seguinte forma: Petrobras, com 55%; Shell, com 25%; Repsol (10%); e Galp (10%). A petroleira brasileira detém participação integral do Rota 3.
O IPO será voltado exclusivamente à participação da Petrobras. A operação vem sendo conduzida dentro do plano de desinvestimento, alinhada também com o compromisso da petroleira de reduzir sua participação no mercado de gás.
Ainda não há definição se a venda será direcionada a novas empresas ou se os atuais sócios poderão participar da operação. Do lado dos parceiros, aparentemente existe o interesse em ampliar suas participações nos três empreendimentos.
O Rota 1 e o Rota 2 já estão em operação – o primeiro desde 2011 e o segundo, desde 2016. Programado para entrar em operação em 2021, o Rota 3 já teve o trecho de águas profundas e rasas lançado e passa, agora, pela fase de instalação em águas ultrarrasas, com a McDermott, e terrestre, a cargo do consórcio Encalso-Concremat.
Juntas, as três rotas contam com capacidade de escoamento de 44 milhões de m³/d de gás por uma rede de 1.096 km de extensão.
O Rota 1 possui 359 km e tem como ponto final a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba (SP), enquanto o o Rota 2 tem 382 km e garante a chegada do gás à Unidade deTratamento de Gás de Cabiúnas, em Macaé (RJ). Já o Rota terá uma extensão total de 355 km (307 km offshore e 48 km onshore), desembocando no Comperj, em Itaboraí (RJ).
Fonte: BE Petróleo | Claudia Siqueira