Com a aquisição de três novas concessões na Bacia Sergipe-Alagoas, na oferta permanente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), nesta semana, a ExxonMobil consolida sua presença na fronteira de exploração e produção mais promissora do Brasil desde a descoberta do pré-sal. A expectativa do consórcio liderado pela americana, ao lado da Enauta e Murphy Oil, é começar a perfurar seus primeiros poços nas águas profundas da região a partir de 2020.
O consórcio é, hoje, o principal ator privado na exploração da Bacia Sergipe-Alagoas. Juntas, ExxonMobil (50%), Enauta (30%) e Murphy Oil (20%) têm seis concessões exploratórias na região e, com a participação no leilão desta semana, passam a operar nove blocos – igualando-se ao número de áreas da Petrobras, que fez importantes descobertas na costa sergipana, nos últimos anos.
Em agosto, a Enauta anunciou que o programa de perfuração na bacia está previsto para começar a partir do segundo semestre de 2020. Segundo a petroleira, as empresas já enviaram as solicitações de licença ambiental. Os dados sísmicos definitivos, que indicarão os melhores pontos para perfuração, devem ser recebidos neste ano.
A Bacia Sergipe-Alagoas desponta como a mais nova fronteira de exploração e produção de óleo e gás da costa brasileira. A Petrobras detém seis descobertas na região (Cumbe, Barra, Farfan, Muriú, Moita Bonita e Poço Verde) e espera começar a produzir seus primeiros barris de óleo em 2023.
Para dividir os investimentos bilionários que serão necessários para desenvolver a infraestrutura local, a empresa está vendendo parte de sua participação nas concessões locais. A presença da Exxon, principal petroleira privada do mundo, aliás, gera a expectativa de que os investimentos na região possam ser acelerados.
Diante do sucesso exploratório da estatal, a Bacia Sergipe-Alagoas passou a despertar a atenção da iniciativa privada em 2015, quando a Enauta (então Queiroz Galvão Exploração e Produção) pagou, sozinha, R$ 100 milhões por duas concessões no local, na 13ª Rodada de blocos exploratórios da ANP.
Em 2017, em meio às reformas no marco regulatório do setor, a Exxon resolveu aumentar sua presença no Brasil e elegeu a Bacia de Sergipe-Alagoas como um dos principais destinos de seus investimentos, ao lado do pré-sal de Santos e Campos. A empresa comprou 50% da fatia da Enauta nos dois blocos que a brasileira operava e, junto com a Murphy e a antiga QGEP, arrematou mais quatro áreas, nos leilões de 2017 e 2018.
Fonte: Valor | André Ramalho