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Economia colaborativa cresce, mas confiança ainda é barreira

número de pessoas dispostas a adotar mais práticas de consumo colaborativo cotidianamente, nos próximos dois anos, cresceu de 68% em 2018 para 81% para este . O dado é fruto de um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que ouviu mais de 800 brasileiros, nas 27 capitais do País.

Segundo a pesquisa, 74% dos entrevistados já utilizaram os serviços que envolvem a troca ou compartilhamento de bens e serviços pelo menos uma vez na vida, ainda que sem frequência definida. Essa presença reflete no imaginário do consumidor: 88% dos respondentes acreditam que as práticas vêm ganhando espaço na vida das pessoas.

Para o público, parte da responsabilidade pela popularização dos serviços de compartilhamento se deve à tecnologia. A internet, com 55%, e as redes sociais, 48%, foram os meios que mais contribuíram para que os usuários conhecessem essas práticas. A recomendação de amigos aparece logo na sequência assinalada por 37% dos entrevistados.

Serviços mais usados
Entre os brasileiros adeptos às modalidades de consumo compartilhado, os serviços mais usados foram as caronas (42%), o aluguel de imóveis para curta temporada (38%) e o compartilhamento e locação de roupas (33%). Os usuários apontaram, ainda, serviços que podem vir a utilizar no futuro. Nesse sentido, se destaca o coworking, espaços de trabalho compartilhados (61%), o aluguel ou troca de brinquedos (59%) e a hospedagem de animais de estimação na casa de terceiros (59%).

Com relação a experiência dos usuários com a modalidade, o resultado é positivo. De acordo com o levantamento, 91% se dizem satisfeitos com práticas de compartilhamento que já testaram. Além disso, 40% considerou ter poupado grandes recursos com o uso das modalidades.

Economia e sustentabilidade
Adeptos ou não das modalidades de compartilhamento, cerca de 98% do público analisado enxerga vantagens no consumo colaborativo. As vantagens indicadas são a oportunidade de economizar dinheiro (45%), evitar desperdícios (44%) e diminuir o consumo excessivo (43%). Questões relacionadas à cidadania, como poupar recursos naturais (34%) e ajudar outras pessoas (33%) também foram citadas pelos entrevistados.

A chance de economizar dinheiro também foi o que mais pesou na decisão dos consumidores que já testaram algum serviço compartilhado, segundo 57% dos respondentes. A oportunidade de contribuir com a sociedade e o meio ambiente foi decisiva para 44%, enquanto 33% queriam ajudar as demais pessoas e 29% economizar tempo.

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Barreiras culturais
Apesar do crescimento e popularização da economia colaborativa no Brasil, os serviços compartilhados ainda enfrentam barreiras culturais e resistência por parte dos consumidores. O levantamento indicou a falta de confiança entre as pessoas e o medo de serem passadas para trás (45%), a falta de informação (43%), o perigo de lidar com pessoas estranhas (38%) e a ausência de garantias em caso de descumprimento do acordo (33%), como as principais inseguranças do brasileiro com esses serviços.

No estudo, o ranking dos serviços que jamais seriam compartilhados pelos usuários foi liderado pelo compartilhamento de moradia (41%), o aluguel de roupas (33%) e de residências por temporada (32%). Inúmeros fatores foram citados pelos respondentes como obstáculos para o uso dos serviços. O medo de lidar com estranhos, por exemplo, é a principal barreira para as caronas, segundo 42% dos entrevistados. Já o receio de ter seu bem danificado é a razão para que 44% não compartilhem seus veículos.

As preocupações apresentadas pelos consumidores indicam a necessidade do aprimoramento da segurança nos serviços de compartilhamento. Aplicativos dessa modalidade como Uber e Airbnb já incluem filtros de reputação e avaliação dos usuários.

Venda de usados
A pesquisa também avaliou a venda de usados, modalidade de consumo que também cresce como alternativa de economia. Segundo o levantamento, em cada dez consumidores, seis (62%) compraram algum produto usado, nos últimos 12 meses. A alternativa chega a ser a primeira alternativa para alguns consumidores. No total, 79% dos entrevistados costumam verificar a possibilidade de adquirir um item usado em bom estado antes de comprar um novo.

Nesse setor, a internet também tem papel de destaque para impulsionar as compras. Entre os usuários, 69% acessam produtos usados por sites especializados, 54% por redes sociais e 46% pela indicação de amigos ou desconhecidos. Já os itens mais populares são os livros (51%), móveis (50%), automóveis (49%), celulares (49%), eletrônicos (46%) e eletrodomésticos (46%).

*Crédito da foto no topo: Clem Onojeghuo/ Unsplash

Fonte: Meio&Mensagem

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