Na atualidade o trabalho e a rotina de correria deixam as pessoas cada vez mais estressadas e ansiosas. Assim como na vida pessoal, a vida profissional também é prejudicada em tempos em que 24 horas parecem minutos para quem sai de casa todos os dias para trabalhar. Com isso, a necessidade de tratar, não somente da saúde física, mas também a mental, tem sido cada vez mais crucial para o bom desempenho das funções no trabalho e para obter bons resultados dentro da empresa.
Diante disso, as empresas vêm buscando novas maneiras que possibilitem seus colaboradores gozar de uma boa saúde mental. Tendo em vista, a necessidade de diminuir os impactos da rotina de trabalho e de uma vida agitada. Nesse cenário, técnicas como a hipnoterapia têm ganhado cada vez mais espaço e tornando-se um forte aliado na garantia de um bom desempenho das funções atribuídas e, principalmente, na qualidade de vida dos funcionários.
De acordo com o psicanalista João Bogéa, a hipnose em si trata desde uma fobia (medo exorbitante de alguma coisa), até depressão profunda e que, nos dias atuais, as empresas contam com muitas pessoas que vêm sendo acometidas de problemas como a ansiedade, que é um dos sintomas de uma vida estressante, acelerada e de pressão. Daí a necessidade de submeter o indivíduo à hipnoterapia.
Além disso, o psicanalista aponta outros transtornos como síndrome do pânico e depressão que são as mais comuns. “A gente tem feito um trabalho muito bom no sentido de diminuir essa ansiedade e diminuir o estresse e a falta de disposição dos funcionários. A hipnoterapia proporciona relaxamento mental que faz com que tudo que acontece durante o dia não impacte tanto na saúde mental do ser humano”
Para João, esse tratamento é inovador e ao mesmo tempo prático, tendo em vista que não existe a necessidade de que o paciente vá ao consultório. A hipnoterapia pode ser feita nas dependências de uma empresa, por exemplo. Com seis anos de experiência em hipnose, o psicanalista garante que o tratamento tira o paciente de um estado considerado ruim e o transfere para um estado emocional no qual ele volta a ter motivação de realizar suas tarefas tanto no trabalho como em sua vida pessoal. Abaixo alguns pressupostos desenvolvidos e utilizados por ele ao longo desses seis anos trabalhando com hipnoterapia:
As experiências possuem uma estrutura.
Nossos pensamentos e recordações possuem um padrão. Quando mudamos este padrão ou estrutura, nossa experiência muda automaticamente. Podemos neutralizar lembranças desagradáveis e enriquecer outras que nos serão úteis.
Se uma pessoa pode fazer algo, todos podem aprender a fazê-lo também.
Podemos aprender como é o mapa mental de um grande realizador e fazê-lo nosso. Muita gente pensa que certas coisas são impossíveis, sem nunca ter se disposto a fazê-las. Faça de conta que tudo é possível. Se existir um limite físico ou ambiental, o mundo da experiência vai lhe mostrar isso.
Corpo e mente são partes do mesmo sistema.
Nossos pensamentos afetam instantaneamente nossa tensão muscular, respiração e sensações. Estes, por sua vez, afetam nossos pensamentos. Quando aprendemos a mudar um deles, aprendemos a mudar o outro.
As pessoas já possuem todos os recursos de que necessitam.
Imagens mentais, vozes interiores, sensações e sentimentos são os blocos básicos de construção de todos os nossos recursos mentais e físicos. Podemos usá-los para construir qualquer pensamento, sentimento ou habilidade que desejarmos, colocando-os depois nas nossas vidas onde quisermos ou mais precisarmos.
O tratamento, segundo João, é subjetivo e depende de cada paciente. Mas ao longo dos anos ele foi percebendo como os pacientes se comportavam a cada sessão e desenvolveu uma técnica própria. De início o paciente é submetido a cinco sessões, uma vez por semana. A partir desses encontros João avalia a necessidade e alguma especificidade de cada um. “Existem casos nos quais basta uma sessão, porém quando se trata de uma depressão, por exemplo, é avaliado o melhor tratamento, acrescentou João.
Para ele, investir no tratamento mental do colaborador, mais que uma despesa extra, é uma questão humana. “Eu sou psicanalista, porém, a psicanálise não é aplicada em empresas. Já a hipnoterapia é um diferencial dentro do comportamento humano pois suas técnicas podem ser aplicadas em qualquer ambiente. Esse é o diferencial da hipnose da programação neurolinguística. Como eu falei é muito rápido, sem necessidade de estar em um consultório. Por exemplo uma pessoa chegou ao escritório e precisa participar de uma reunião e tem problemas para falar em público: a hipnose vai direto no ponto mudando o estado e possibilitando desempenhar um bom papel naquilo que ela vai falar. E isso é de imediato. O tratamento traz contribuições já na primeira sessão. Então para empresas seria como potencializar tudo que é o seu colaborador, em todas as áreas, inclusive no foco do trabalho”.
Ainda sobre a subjetividade, João enfatiza que cada pessoa tem sua própria realidade e diante disso, a hipnoterapia é uma reprogramação sobre como o paciente vê e encara a vida. Ele ainda diferencia seu trabalho do o profissional de coaching, que, por exemplo trabalha com a parte motivacional do indivíduo. João ressalta que a diferença para a hipnoterapia é que o tratamento reestrutura o paciente: “o coaching trabalha a motivação do colaborador, eu não. Eu trabalho de dentro pra fora, ou seja, toda parte subjetiva do indivíduo, a parte de estrutura de pensamento e como ele lida com as representações internas dele. Eu trabalho a estrutura do pensamento, a estrutura subjetiva humana, vou realinhando, moldando e fazendo com que ele crie novos hábitos, novas crenças e novos comportamentos que sejam positivos, que deem resultados diferentes daqueles que eles veem alcançando”.
Os benefícios da hipnoterapia auxiliam para além da saúde mental. Uma vez que essa tem de estar de mãos dadas à saúde física. João atende pacientes que tem o Índice de Massa Corporal (IMC) acima do que algumas empresas pedem, por exemplo as empresas que trabalham com embarque de colaboradores. A hipnoterapia auxilia na perda de peso, diminuição de problemas cardíacos cansaço mental. Nessas empresas, especificamente, os profissionais costumam desenvolver ansiedade antes e até depois do embarque e, o tratamento pode ajudar na mudança de hábitos de alimentação e atividades físicas, o que contribui para uma melhora significativa na qualidade de vida. Os benefícios são muitos. Seja do ponto de vista de melhorar a produtividade do colaborador, ou a qualidade de vida do indivíduo, cuidar da mente é cuidar do corpo. Vale a pena.
Por: Paula Pereira
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