Com a retomada no cenário econômico que está sendo ensaiado desde a entrada do novo governo, empresas vem se preparando para esse momento, cada qual realizando os ajustes que entendem ser necessários, para poder retomar o mais breve a lucratividade que infelizmente foi deixada para traz em razão da crise econômica que nosso país atravessou nos últimos anos.
Sabemos que essa retomada não será na velocidade como gostaríamos, entretanto há muitas tarefas a serem realizadas; empresas precisam recompor suas estruturas sejam elas: up-grade em tecnologias, investimentos em máquinas e equipamentos, reorganização do quadro de pessoal, e muitas a regularização dos Passivos, sejam eles com Fornecedores, Bancos e mesmo com o Fisco.
Nosso foco nesse artigo, será tratar exclusivamente a questão do Passivo Bancário das empresas (dívidas empresariais), que em razão do baixo volume das vendas nos últimos exercícios, fez com que muitas se tornassem inadimplentes, várias encerram suas atividades e algumas ainda permanecem adimplentes, porém com grande risco de pararem de efetuar os pagamentos mensais e com isso iniciar um processo “árduo” principalmente quando não se tem estruturado de um plano de recuperação administrativa/financeira de médio e longo prazo.
Nesse momento é importante que a Direção ou Gestão da empresa identifique se há no quadro de colaboradores profissionais com qualificação para conduzir uma possível Negociação Bancária, caso esse perfil de profissional não exista no quadro interno, é importante que a Gestão reconheça a necessidade de buscá-los no mercado.
O Emocional
Sem dúvidas, o Fator Emocional é explorado fortemente pelos credores (Bancos) de forma estratégica.
Tratar a negociação de forma direta (Banco x Gestores), faz com que o banco explore de forma benéfica aos seus interesses o fator emocional, onde a inexperiência por parte dos empresários é explorada das mais diversas formas, inclusive com a possibilidades de ações jurídicas, sejam elas processos de penhoras, hipotecas e muitas vezes até na esfera criminal, porém, quando o processo é conduzido por profissionais qualificados do mercado, o emocional é imediatamente substituído pelo racional, que tende a focar em equalizar um acordo que atenda aos interesses duas partes do processo.
O Planejamento
Uma vez identificado que esse processo é essencial, não há por que a empresa postergar essa tomada de decisão, visto que, quanto mais procrastinar, mais vai aumentar o Custo Financeiro e com isso tornar a empresa descapitalizada.
O processo de Renegociação das Dívidas com os Bancos requer planejamento, por se tratar de algo crucial para a retomada da empresa, não pode ser realizado simplesmente com uma reunião básica (banco x empresa), é de grande importância, que ao iniciar os processos de reuniões, a empresa saiba o que necessita no curto, médio e longo prazo, para que todo o processo seja bem conduzido conforme planejado.
É de suma importância que haja um estudo da capacidade de pagamento, baseado em demonstrativos dos últimos exercícios e também baseados em projeções para os próximos exercícios, diante disso, as informações que serão apresentadas aos bancos, com certeza serão consistentes e mostrarão a seriedade por parte da empresa.
A Negociação
Os trabalhos deverão ser conduzidos na esfera administrativa, isso digo com muita segurança é a melhor alternativa, apesar de muitos optarem pelo processo jurídico.
O processo jurídico todos sabemos deve ser utilizado como ultima alternativa, e com certeza ao final o empresário deverá pagar além das dívidas o custo jurídico dos credores que geralmente não é baixo, além é lógico de que seu CNPJ e CPF ficarão com “marcas” históricas que o impedirão de realizar ou operar possíveis linhas de créditos junto aos bancos, digo que isso é em definitivo; para quem quer continuar no mercado, essa situação é desastrosa.
Quando o processo é realizado de forma administrativa, tudo é conduzido na agência, dependendo volume (valores) discutido junto ao setor de negociação do banco ou mesmo em áreas reservadas quando o banco dispõe de plataformas.
O conceito de negociação administrativa hoje é melhor aceito que em alguns anos atrás, pois é facilmente compreendido pelos bancos que empresas atravessam momentos difíceis, entretanto, superar de forma responsável e com profissionalismo, são poucas.
Os Tempo da Negociação
A angústia vivida pelos empresários em regularizar o mais breve todo esse Passivo, faz com que muitas negociações ocorram em prazos “relâmpagos” e isso para a empresa não é muito ruim.
A Negociação das Dívidas com Bancos quando realizada por especialistas, os prazos também são explorados de forma estratégica, nisso a empresa dependendo do planejamento deverá suspender os pagamentos até que o processo administrativo seja concluído, com isso, os bancos entenderão que as propostas apresentadas condizem com a real situação vivida pela empresa e que assim que uma vez formatados (contratos), todos os pagamentos voltaram a ser realizados conforme alinhados nos novos contratos.
Nesse período onde são definidos que os pagamentos devem ser interrompidos (definidos pela Consultoria), é o momento estratégico para que a empresa possa formar seu CAIXA, recompor todas as saídas que eram direcionadas aos bancos para honrar seus compromissos operacionais, assim poderão operar durante o processo.
Os Benefícios
Todo esse período de Negociação das Dívidas, com certeza não serão dos mais fáceis, entretanto, com o planejamento realizado por quem tem vivencia no segmento tende a ser menos dificultoso.
Assim como um remédio ruim, os benefícios são grandes, e temos diversos “cases” para exemplificar, alguns inclusive com autorização de nossos clientes, outros a confidencialidade não nos permite relatar.
Transformar dívidas de curto prazo em dívidas de longo prazo, faz com que o Caixa da empresa viva uma realidade sem igual, com isso o alongamento das dívidas são um dos maiores benefícios desse processo, porém, vem acompanhado de outros.
Alongamento dos prazos: – dívidas de curto prazo transformada em longo prazo, é importante ressaltar que esse alongamento ocorre de forma mais fácil quando o volume negociado costuma ser mais alto.
Redução das Taxas de Juros:- quando o processo de endividamento da empresa se concretiza, é natural que os bancos por entenderem o aumento do risco nas operações, busquem se “proteger” aumentando as taxas de juros e isso acaba por recair em sobre todos os contratos banco x empresa, em nossos serviços as taxas são revistas e ajustadas as taxas praticadas no mercado, muitas vezes até inferiores, pois no processo de negociação apresentamos o real interesse da empresa em continuar cumprindo seus compromissos com os bancos.
Garantias:- geralmente as garantias tendem a crescer no decorrer do aumento do endividamento da empresa uma vez identificado pelos bancos, garantias reais passam a ser exigidas, visando expor menos riscos aos bancos e com isso as empresas acabam ficando travadas; nossos serviços visam eliminar as garantias para que as empresas possam ficar “mais leves” para operar e isso quando falamos de garantias com recebíveis (não reais) são praticamente todas eliminadas, quando falamos de garantias reais essa eliminação torna-se mais difícil, visto que os bancos não vão abrir mão de garantias que lhe dão segurança, entretanto, essas mesmas garantias reais, podem ser consideradas para os novos contratos sem nada ser adicionado.
Ao final de todo o trabalho realizado, a empresa terá parcelas bem menores as que pagava antes do início do processo de Renegociação das Dívidas, além também de um Custo Financeiro muito inferior ao que tinha mensalmente com as taxas de juros bem mais baixas, e também terão seus recebíveis (duplicatas, cheques e cartões) para caso necessário realizar operações de créditos com outras instituições financeiras, o que dará liquidez a empresa.
A Equipe
O processo de Renegociação de Dívidas Bancárias, para ser bem conduzido, principalmente quando falamos de montantes relevantes, deve ser realizado por especialistas.
Profissionais com grande vivência em negociações, conduzem esses processos periodicamente e com certeza isso fará grande diferença, e o “frio na barriga” no momento da negociação será sentido por parte dos bancos ao discutirem com profissionais que tem conhecimentos superiores a muitos gerentes de agências e plataformas (sem desmerecer os profissionais bancários).
Walber de Sousa – atua como Consultor e Assessor em Gestão Empresarial (Administração, Finanças e Controladoria) em empresas de pequeno e médio porte; atua também como Conselheiro Empresarial. Graduado em Ciências Contábeis (UNISO), Pós-Graduado em Contabilidade Gerencial e Controladoria (UNISANTANA) e com MBA em Gestão Empresarial (FGV), atuou também como Professor Universitário.