O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do mês de setembro mostrou uma queda de 0,5 ponto em relação a agosto. O índice fechou em 52,8 pontos e interrompe uma sequência de recuperação iniciada após a forte queda observada em junho por conta da greve dos caminhoneiros ocorrida em maio. Naquele momento, houve uma queda expressiva do ICEI (-5,9 pontos) e os dois meses seguintes mostraram uma recuperação (+3,7 pontos). Os dados estão na pesquisa divulgada nesta quinta-feira (20), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os dois índices que formam o ICEI, condições atuais e o de expectativas, diminuíram em setembro, na comparação com agosto. O primeiro caiu 0,5 ponto, foi de 47,2 para 46,7 pontos; e o segundo caiu 0,4 ponto, ficando em 55,9 pontos. A maior queda foi sentida na avaliação das condições correntes da economia brasileira. “Os empresários perceberam uma piora mais forte nas condições da economia brasileira do que nos meses anteriores e, com isso, a confiança como um todo caiu”, explica o economista da CNI, Marcelo Azevedo.
Apesar do recuo, o indicador continua acima da linha divisória dos 50 pontos que separa a confiança da falta de confiança. Porém, ele está 1,3 ponto abaixo da média histórica, que é calculada com o valor médio do ICEI de todas as observações realizadas desde 1999. Como o ICEI está acima dos 50 pontos, mas abaixo da média histórica, pode-se dizer que reflete confiança moderada, como explica Marcelo Avezedo: “O ICEI mostrou que a confiança do empresário não é suficiente para dar um grande impulso na produção, no investimento. Ela ainda é uma confiança moderada. Já é um bom sinal, na medida em que não há falta de confiança, mas não é o suficiente ainda para esperarmos uma recuperação mais forte de produção, de emprego, de investimento”.
A queda na confiança foi maior nas grandes empresas, com um recuo de 0,6 ponto na comparação com agosto e uma queda de 3,6 pontos na comparação com setembro de 2017. O ICEI das pequenas e médias empresas mostraram variações negativas menores em relação a agosto: recuou 0,4 ponto nas pequenas empresas e 0,3 ponto nas médias. Na indústrias extrativa, o ICEI sofreu a maior queda (-1,5 ponto), na comparação com a indústria de transformação (-0,4 ponto) e a de construção (-1,0 ponto).
O ICEI é um indicador que ajuda a entender as tendências da indústria e da economia. Empresários confiantes tendem a ampliar a produção e os investimentos, o que estimula o crescimento da economia. Nesta edição, a pesquisa foi realizada entre 3 e 13 de setembro com 2.806 empresas, sendo 1.112 pequenas, 1.059 médias e 635 de grande porte.
Com ACS CNI