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Os desafios (e o futuro) do carro elétrico no Brasil

Carro elétrico abastecendo: Tecnologia ainda pouco acessível para o consumidor?

Quais os desafios do carro elétrico no Brasil? Workshop realizado nesta última semana pelo Departamento de Infraestrutura da Fiesp (Deinfra) teve como tema o futuro dos carros elétricos no Brasil. A maior eficiência energética dos carros elétricos foi o principal tema do encontro que reuniu especialistas da indústria automotiva e do setor elétrico nacional.
O Brasil foi lembrado como pioneiro dos combustíveis limpos, com o etanol, o que reforça a tese de um combustível do futuro com as células a combustível, uma das tecnologias para geração de eletricidade a bordo dos veículos. “Toda essa transição [para os elétricos] precisa ser facilitada pelo governo, pelas instituições, pela indústria, pelos agentes”, como as empresas de energia”, defendeu Cyro Bocuzzi – diretor da divisão de energia do Deinfra.
A redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) é um dos pontos em discussão pelo setor, levando a uma série de mudanças na produção. Outro fator é a mobilidade, que leva a debates como por exemplo o compartilhamento de veículos, pondo em xeque a propriedade deles. As pessoas, já hoje, pensam em uso, em vez de propriedade, disse. O transporte individual compartilhado tende a complementar o público. Outros setores, como o de informática, se envolvem no tema.

O etanol pode ser utilizado junto com a tecnologia elétrica – Foto: Erick Nardini- Fapesp

De 2010 a 2016 houve na China forte influência da eletrificação, incentivada pelo governo. Em 2016 foram licenciados quase 350.000 veículos híbridos ou elétricos (mas somente 5% do total do mercado) na China.
Também nos EUA esses veículos têm volume significativo de vendas. E é a Noruega que tem o maior market share dos híbridos e elétricos (25%), graças a políticas governamentais. No Brasil está em 0,2% (2017), com a venda de 3.000 unidades por ano.
São desafios para esses carros a autonomia, a infraestrutura de abastecimento, o tamanho e o peso das baterias, o custo da tecnologia e de sua produção, a capacitação dos fornecedores, o custo-benefício para os consumidores e as regulamentações.
A indústria automobilística não tem dúvida de que no futuro todos os veículos serão elétricos, por características como a simplicidades dos motores, seu torque e outras. A maior complexidade está no controle – software etc.
A matriz energética brasileira tem diversificação de fontes, com peso para as limpas. Isso precisa ser considerado ao escolher o caminho para o desenvolvimento de tecnologias. Um deles é o de biocombustíveis, solução das mais fantásticas em curto prazo, em sua análise. Têm menor custo, há infraestrutura estabelecida, e o Brasil domina a tecnologia de seu uso e os produz.
A eletrificação é solução de médio e longo prazo. Tem maior custo, é preciso criar infraestrutura e fazer a localização de tecnologias – necessária por exemplo, pelas exigências de financiamento de veículos para transporte de cargas.
Para a Anfavea, o caminho une ambos – biocombustíveis e elétricos. Não se pode abandonar uma tecnologia em que o Brasil é forte, destaca Henry Jooseph Jr, da Anfavea.
Os veículos elétricos ou híbridos serão 60% das vendas em 2060 (10% em 2025 e 35% em 2040). O grande obstáculo é o custo das baterias, que representam 40% do preço dos veículos atualmente, mas isso tende a se reduzir, o que ao lado do aumento da autonomia deve torná-los cada vez mais atraentes.

 

Com informações da Agência Indusnet / Fiesp

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