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Ford analisa mercado e pode repensar presença na AL

O Ford Ka lidera as vendas da montadora no Brasil. Foto: Divulgação Ford

Uma gigante global de veículos, a americana Ford Motor Company começa a sinalizar que pode mudar suas operações no Brasil e na América Latina em breve. A montadora estaria cansada de investir bilhões de dólares nestes mercados sem perspectivas de retorno a médio prazo, o que poderia prejudicar inclusive seus planos globais de investimentos.
A identificação de que a Ford não possuiria uma forte posição de competitividade na região, perante seus concorrentes – em especial europeus e asiáticos, foi sinalizada na última semana depois da divulgação do balanço anual da empresa. Até mesmo a alta cúpula da montadora já admite que a Ford não possui uma forte posição competitiva, e não consegue retorno apropriado sobre o investimento feito na America do Sul. Estima-se que a Ford tenha prejuízos de cerca de US$ 1 milhão por dia apenas no Brasil.
A expectativa do mercado é que as operações da empresa sejam vendidas tanto no Brasil como em boa parte da AL. Segundo a imprensa especializada nos Estados Unidos, outras empresas do setor que operam na América do Sul – FCA (Fiat Chrysler) e Volkswagen entre elas – foram contatadas para se avaliar seu interesse por suas operações na região.
O que se sabe de verdade é que a empresa reduziu significativamente seus investimentos locais. Já se prevê que – assim como a GM fez há muitos anos – deverá desativar sua operação de caminhões. É evidente que a venda de veículos pesados desabou no Brasil nos últimos anos, mas continua sendo promissor e suas concorrentes continuam investindo localmente, especialmente a VW através de sua marca Mann, recentemente inserida no país.
Com relação aos automóveis, o faturamento da Ford está quase integralmente baseado em dois modelos, o Ka e o Ecosport. O primeiro está numa sólida posição e entre os cinco mais vendidos do mercado doméstico. O Ecosport viveu dias gloriosos desde seu lançamento, em 2003 ,como pioneiro no segmento e manteve-se como única opção entre os utilitários esportivos compactos. Entretanto, passou a ter que disputar cada pontinho do mercado com os inúmeros concorrentes que surgiram nos últimos cinco anos.
Entre as marcas brasileiras, depois de muitos anos ocupando o quarto lugar em vendas distante das demais, ela hoje tem a Renault, Toyota e Hyundai em seus calcanhares e costuma ser rebaixada para quinta ou sexta posição no ranking.
Essa forte competição no mercado brasileiro traz outro inconveniente, a queda de rentabilidade para todos os players, mas a Ford, com investimentos minguados e reduzindo sua gama de modelos, sofre mais intensamente as consequências. Esses são alguns motivos que aumentam os questionamento se a Ford vai deixar o Brasil.

Ford e VW dividiram a mesma plaforma em projetos como o do Apollo – Verona, no final dos anos 80. (Divulgação VW)

A Autolatina pode voltar?

Não seria a primeira vez que a Ford pensa em deixar o mercado brasileiro. Ela, a rigor, passou a ser controlada para a Volkswagen em 1987, quando se anunciou a fusão das duas empresa numa terceira, a Autolatina. Entretanto, o controle da empresa estava nas mãos da alemã, que detinha 51% de participação acionária. As duas decidiram, em 1996, voltar a operar independentemente e a Autolatina foi extinta.
Nada parecido com o anúncio feito há dois meses pelas matrizes da Ford e Volkswagen de uma “aliança estratégica” para desenvolvimento conjunto de veículos comerciais, o que tornaria ambas mais competitivas no mercado em níveis mundiais. Mas, como os big-shots das duas gigantes multinacionais andam trocando figurinhas, nunca se sabe qual será o próximo anúncio.

Com informações do site Autopapo

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