A recuperação do comércio varejista sofreu uma desaceleração em fevereiro, mas manteve a trajetória positiva nas vendas, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje pelo IBGE.
O setor teve resultado negativo (-0,2%) na comparação com janeiro, mas cresceu 1,3% em relação a fevereiro de 2017. No acumulado nos últimos 12 meses, a alta foi de 2,8%.
“O indicador que mostra muito claramente uma recuperação é a análise do acumulado nos últimos 12 meses (alta de 2,8%). Sinaliza uma recuperação iniciada em outubro de 2016 em praticamente todas atividades”, explica a gerente da pesquisa, Isabella Nunes. “Entre as atividades, super e hipermercados tiveram grande impacto nessa recuperação, mas também na desaceleração em fevereiro”, completa.
Na comparação com igual mês do ano anterior, também é possível observar uma trajetória de recuperação. Os últimos 11 resultados foram positivos, embora fevereiro (1,3%) tenha sido o mais baixo entre eles. Em setembro, a alta chegou a 6,2%.
“Ele permanece crescendo pelo 11º mês consecutivo, mas é o menor nesses 11 resultados. Houve uma redução no ritmo”, explica, lembrando também da taxa negativa na comparação com janeiro. “Isso acontece porque temos uma recuperação do mercado de trabalho apoiada em ocupações informais, com menores rendimentos e benefícios limitados. Isso acaba influenciando o comércio também”, ressalta Isabella.
Além do mercado de trabalho ainda hesitante, três setores influenciaram na desaceleração do setor em fevereiro: “combustíveis e lubrificantes”, “livros, jornais, revistas e papelaria” e “tecidos, vestuário e calçados”.
“Dentre eles, o combustível teve o principal impacto negativo pois o aumento de preços vem inibindo o consumo”, finaliza Isabella.