Os governos latino-americanos selecionaram no domingo o economista brasileiro Ilan Goldfajn para liderar o maior banco de desenvolvimento da região após uma investigação de má conduta que levou à demissão do presidente anterior.
Os 48 membros do Banco Interamericano de Desenvolvimento selecionaram Goldfajn para liderar o credor multilateral com sede em Washington de uma lista de cinco candidatos indicados por Argentina, Brasil, Chile, México e Trinidad e Tobago.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento é o maior credor multilateral da América Latina, desembolsando no ano passado um recorde de US$ 23 bilhões para aliviar a pobreza agravada pela pandemia de coronavírus na região. Os EUA são o maior acionista, com 30% dos direitos de voto.
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O novo presidente terá a tarefa de fortalecer as economias, que foram atingidas pela pandemia de coronavírus e agora sofrem com o enfraquecimento das moedas, aumento da dívida externa e fuga de capitais estimulada pela inflação e aumento das taxas de juros nos EUA e na Europa.
No mês passado, o FMI reduziu sua previsão de crescimento na região para 1,7% em 2023 – abaixo da estimativa de 2% feita em julho.
Gaspard Estrada, diretor do Observatório Político da América Latina e Caribe da Sciences Po em Paris, disse que o retorno de um latino-americano à direção do banco deve ajudar a reduzir a polarização que cercou a eleição de Claver-Carone e tornar a tarefa de garantir recursos adicionais mais facilmente.
“É lógico que a normalidade vai voltar”, disse Estrada.
Goldfajn já foi presidente do Banco Central do Brasil e economista-chefe de várias das principais instituições financeiras brasileiras. Ele tirou uma licença de seu trabalho atual como diretor do Hemisfério Ocidental no Fundo Monetário Internacional para concorrer ao cargo. Ele foi indicado pelo presidente cessante do Brasil, Jair Bolsonaro.