O pagamento sem contato é uma alternativa que ainda está em fase de disseminação, especialmente no Brasil. A parcela mais antenada sobre tecnologias e mais consciente sobre a segurança do processo já está apta e acostumada, mas para muitos, essa é uma realidade distante. Mais do que nunca, talvez seja a hora de acelerar esse processo.
A crise provocada pela covid-19 é, antes de tudo, uma questão sanitária. Talvez um dos principais legados em termos de comportamento social seja um cuidado maior com a higiene pessoal. Neste contexto, o simples ato de pagar uma compra no cartão de crédito, do modo tradicional, deve ser questionado.
O contato com máquinas que foram manuseadas por milhares de outras pessoas pode ser um risco. A transmissão dessa forma é real, o que tem redobrado a atenção e pode ser um ponto de partida para mudanças.
Com o afrouxamento gradativo das restrições sociais ao redor do mundo, é esperado que essa volta à vida normal seja feita sob cuidados e novos hábitos. Neste cenário, o pagamento sem contato pode se estabilizar de vez.
Antes um pouco tímido, pagamento sem contato cresce
As grandes metrópoles são interessantes para observarmos o comportamento dos consumidores em diversas perspectivas. A tecnologia não é exclusiva aos grandes centros, mas o dinamismo característico do estilo de vida das grandes cidades é um aspecto que agiliza o engajamento com novos recursos, até por uma questão de necessidade.
Entre essas novidades, o pagamento sem contato é uma funcionalidade interessante, prática e que vem crescendo mundialmente.
A proposta de uso é simples: mais segurança e praticidade na hora de pagar compras em supermercados, lojas de conveniência, farmácias e onde quer que esse tipo de pagamento seja aceito.
Durante a fase de adaptação, a crise da covid-19 surgiu como um fator de aceleração. Antes um recurso que ainda gerava dúvidas e que estava sendo pouco a pouco adotado, o pagamento sem contato vive um momento de crescimento em seu uso, muito por uma questão de higiene. Com ele, consumidores dispensam a necessidade de inserir cartões em máquinas e ter que digitar suas senhas.
Atualmente, já há estudos que mostram uma adesão em massa. Confira estes números:
• 3/4 dos consumidores afirmaram usar pagamento sem contato mensalmente (Banking and Payments Federation Ireland);
• o uso do pagamento sem contato deverá crescer de 6 a 8% na comparação ao período pré-pandemia (ABI Research);
• a previsão é de que mais de 110 milhões de cartões de pagamento sem contato sejam emitidos em 2020 (ABI Research);
• nas primeiras duas semanas do plano de desconfinamento em Portugal, o crescimento do pagamento sem contato foi de 64% (REDUNIQ Insights).
O que podemos esperar durante e pós-pandemia
É sempre importante avaliar o presente para projetar o futuro, especialmente quando tratamos de questões comportamentais. Há algum tempo o pagamento sem contato é realidade, e uma prova disso é que há uma estimativa de que 70% das máquinas de cartões no Brasil já aceitem esse recurso. Na teoria, há uma adequação já concreta no país para o desenvolvimento do hábito.
No entanto, a prática é de uma adesão ainda devagar, mas que pode também sofrer um “boom” em terras brasileiras. Os países que já começam o período de transição entre quarentena (ou lockdown) para o desconfinamento, têm utilizado mais o recurso e a razão é simples: agora é a hora de mudar os hábitos em prol do máximo de segurança sanitária para evitar a contaminação.
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Como as empresas podem aproveitar esse movimento
As companhias de cartão de crédito já têm trabalhado na divulgação do pagamento sem contato há alguns anos no Brasil, e a ideia era realmente apresentar a tecnologia aos poucos. No entanto, diante do cenário global, essa prática se tornou uma necessidade urgente, muito mais do que um novo recurso que pode agilizar o cotidiano do consumidor.
Esse é um momento de investimentos em publicidade para o novo recurso, sempre contextualizando o uso desse tipo de pagamento com os novos hábitos. A necessidade de práticas higiênicas é um gancho para, cada vez mais, vermos os números de uso no Brasil crescerem.
Além da publicidade, incentivos como descontos, programas de milhas com pontuação potencializada a quem pagar sem contato, entre outras vantagens, devem ser oferecidos. Ao mesmo tempo em que as empresas terão vantagens, esse estímulo resultará em impactos muito positivos à saúde pública, com um hábito capaz de reduzir riscos de contaminação pela covid-19.
Algumas pessoas ainda precisam ser convencidas desse método
Ainda há objeções a serem vencidas, mesmo com a adesão crescente no mundo todo. É comum que consumidores se sintam desconfiados e inseguros com tecnologias relacionadas a pagamentos, já que sempre há riscos de fraude. Superar isso é o caminho para mudar de vez os costumes.
Preparo dos varejistas e comerciantes
Por mais que muitas máquinas de pagamento já aceitem o recebimento sem contato, os comerciantes e funcionários nem sempre têm esse entendimento. É importante que o comércio e o varejo esteja qualificado, o que ajuda a estimular o novo hábito.
Informação para o público geral
O consumidor ainda precisa de mais informação sobre o método de pagamento sem contato. Esse é um trabalho de educação sobre o assunto, eliminando as dúvidas e garantindo que as pessoas se sintam seguras, principalmente sobre os riscos — quase inexistentes — de fraude.
Não há dúvidas sobre a eficácia, funcionalidade e conveniência do pagamento sem contato. Se ele já era uma ótima alternativa enquanto vivíamos uma vida normal, se tornará ainda mais valiosos agora que o mundo está sofrendo muitas mudanças. Com informação e a devida divulgação, um novo hábito importante está na iminência de se concretizar.
Projetar a vida após o coronavírus tem sido um exercício diário e também um grande desafio. No momento, conferir uma visão abrangente sobre o tema é essencial.
O pagamento sem contato é uma alternativa que ainda está em fase de disseminação, especialmente no Brasil.
A parcela mais antenada sobre tecnologias e mais consciente sobre a segurança do processo já está apta e acostumada, mas para muitos, essa é uma realidade distante. Mais do que nunca, talvez seja a hora de acelerar esse processo.
A crise provocada pela covid-19 é, antes de tudo, uma questão sanitária. Talvez um dos principais legados em termos de comportamento social seja um cuidado maior com a higiene pessoal. Neste contexto, o simples ato de pagar uma compra no cartão de crédito, do modo tradicional, deve ser questionado.
O contato com máquinas que foram manuseadas por milhares de outras pessoas pode ser um risco. A transmissão dessa forma é real, o que tem redobrado a atenção e pode ser um ponto de partida para mudanças.
Com o afrouxamento gradativo das restrições sociais ao redor do mundo, é esperado que essa volta à vida normal seja feita sob cuidados e novos hábitos. Neste cenário, o pagamento sem contato pode se estabilizar de vez.