Mercado mostra dia de ganhos em meio à calmaria no exterior, que compensa o ambiente interno turbulento
Ainda no radar internacional, a economia dos Estados Unidos perdeu 20,5 milhões de postos de trabalho em abril de 2020, segundo relatório de emprego (conhecido como Payroll). O resultado ficou abaixo da estimativa do mercado, que era de destruição de 22 milhões de empregos no mês passado, segundo a mediana das projeções dos economistas do mercado financeiro compilada em levantamento da Bloomberg.
Já a taxa de desemprego subiu de 4,4% para 14,7%, taxa mais alta desde os anos 1940. A expectativa no consenso Bloomberg era de que o desemprego subisse a 16%.
Também há um sentimento geral entre os investidores internacionais de que o pior da crise do coronavírus já passou nos países desenvolvidos, algo que não se estende para o Brasil.
Por aqui, além das preocupações com a pandemia, o mercado também reflete a primeira deflação já registrada para um mês de abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu a 0,31% no mês passado. A deflação foi maior que a expectativa mediana dos economistas do mercado financeiro compilada pela pesquisa Bloomberg, que apontava para uma queda de 0,24% no nível geral de preços da economia no período.
Às 10h10 (horário de Brasília) o Ibovespa subia 1,62% a 79.387 pontos. Já o dólar futuro para junho tinha queda de 0,44% a R$ 5,820. O dólar comercial, por sua vez, cai 0,63%, a R$ 5,8014 na compra e R$ 5,8034 na venda.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai dois pontos-base a 3,31%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de quatro pontos-base a 4,53% e o DI para janeiro de 2025 recua cinco pontos-base a 6,49%.
Os juros estendem baixa no trecho curto após o IPCA com deflação mais aguda e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) abaixo do esperado corroborarem dinâmica de preços sem pressão no contexto da pandemia do coronavírus e sem sinal de potencial limitação para o grau de ajuste adicional da política monetária.