Qualquer produto no alcance das suas mãos. Não estamos falando de mágica, mas sim de impressão 3D, segmento que faz parte de um dos pilares da indústria 4.0.
Apesar da fama recente, as impressoras tridimensionais já existem no mercado há mais de 30 anos. Mas o que tirou essas máquinas do ostracismo?
Para saber essa resposta e mais curiosidades sobre o mercado de impressão 3D, continue lendo.
O que é impressão 3D e como funciona?
Impressão 3D é uma maneira de prototipar objetos. A primeira impressora nesse modelo foi criada por um norte americano chamado Chuck Hull e tinha basicamente duas funções: fazer lâmpadas para solidificação de resinas e confeccionar plásticos rígidos rapidamente.
Desde então, muita coisa mudou. Hoje, as impressoras tridimensionais são usadas para imprimir desde casas até partes do corpo humano. Mas, antes de explicar como isso é possível, é bom entender como funciona a impressão 3D.
O primeiro passo para criar um objeto com três dimensões é usar um computador. Você pode desenhar o que deseja imprimir usando um software de modelagem ou tirar uma foto e enviar para o software mapear a imagem. Com o modelo pronto na tela, basta converter o arquivo para o formato padrão de impressoras 3D.
Depois, você precisa colocar a matéria-prima na impressora, que pode ser papel, borracha, plástico, metal entre outros materiais. Com isso, o objeto do seu desenho pode ser impresso. A diferença é que a impressão 3D é feita camada por camada e de baixo para cima.
Feito isso, é só aguardar. O tempo de impressão varia entre horas e dias, dependendo do tipo da impressora, material e complexidade do objeto.
Tipos de impressão 3D
Lembra que falamos que a impressão 3D pode ser usada para diversas finalidades? Então, isso é possível devido às diferentes formas de impressão. Existem cinco técnicas utilizadas:
Fabricação com filamento fundido (FDM ou FFF)
É a técnica mais comum e usada, pois o custo é baixo, é mais simples de usar e armazenar. Em contrapartida, não permite muitos detalhes nas peças e dependendo da geometria da peça é necessário um suporte. O nome refere-se ao material usado para a impressão, um filamento plástico que precisa ser fundido para criar a peça.
Estereolitografia (SLA e DLP)
É a primeira técnica de impressão 3D e foi desenvolvida pelo criador da máquina, Chuck Hull. A tecnologia consiste em usar um laser na resina líquida (material da impressão). É comum que a peça precise passar por um tratamento pós-impressão mecânico e químico para retirar os resíduos. Contudo, a qualidade final do produto vale o investimento, pois todos os detalhes são executados.
Sinterização Seletiva a Laser (SLS)
A técnica permite criar objetos com diferentes materiais, como o nylon. Isso porque o laser utilizado na máquina funde pequenas partículas de um material em pó, o que ajuda a formar as camadas da peça. Apesar do alto custo do material usado na impressora, a impressão final tem acabamento de alto nível e o objeto é mais resistente.
Sinterização Direta de Metal a Laser (DMLS)
Esse tipo de impressão utiliza metais como material e para funcionar precisa de um laser que consiga fundir as partículas da matéria-prima para formar as camadas da peça. Sua principal vantagem é criar objetos complexos, que seriam impossíveis de serem feitos nos modelos tradicionais. No entanto, o seu custo é muito alto.
Polyjet
Semelhante à impressão a jato de tinta, a técnica de Polyjet utiliza camadas de um fotopolímero líquido em uma bandeja de montagem. Assim, a mesma peça pode ser impressa com cores e texturas diferentes, além de fornecer um acabamento impecável. Claro, tanta qualidade tem um preço bem alto.
Agora que você já sabe todo o “tecniquês” sobre impressão 3D, que tal entender as vantagens dessa tecnologia, na prática? Então, confira o próximo tópico.
Quais os benefícios de imprimir em 3D?
Não é à toa que a impressão tridimensional tem conquistado as empresas: são muitos os benefícios que a tecnologia oferece para os processos de produção. Dentre eles, podemos destacar três grandes vantagens:
Combate ao desperdício
Para produzir os objetos é usado apenas o material necessário, economizando a matéria-prima. Além disso, diminui-se o custo com mão de obra e os profissionais podem ser usados em tarefas mais estratégicas dentro das empresas.
Outro ponto que ajuda a conter os gastos é que a impressão 3D permite a impressão em série, ou seja, diminui a necessidade de estoque. Por fim, como para funcionar é necessário fazer um modelo, as chances de errar a peça final são menores.
Mais qualidade e customização
Sabe aquela peça específica que deixaria o seu produto perfeito, mas não é possível desenvolver com as máquinas tradicionais? Então, com uma impressora 3D criá-la fica bem mais simples, pois é possível personalizar cada parte da peça sem perder a qualidade.
Possibilidade de inovar
O uso de impressoras 3D permitem a personalização das peças e, em um cenário empresarial cada vez mais competitivo, inovar é questão de sobrevivência. Então, as barreiras para criar novos negócios e produtos se tornam invisíveis quando se tem nas mãos uma máquina que pode criar (quase) tudo.
Embora seja um mercado promissor, é importante destacar que a impressão tridimensional ainda tem um preço elevado e, dependendo do produto a ser criado, gasta-se muito tempo na produção. Mas, isso não impede as empresas de inserirem essa técnica na sua rotina.
Onde a impressão 3D já está sendo aplicada?
A tecnologia de impressão 3D já é utilizada em diversos segmentos, em especial, para pequenas produções. Na arte é possível comprar escultura e joias utilizando a técnica. As action figures que servem para decorar estantes e mesas de trabalho também são produzidas com essa tecnologia. Já na indústria automotiva, todas as peças plásticas do interior de um carro são feitas em impressoras tridimensionais.
Entretanto, áreas que no primeiro momento não parecem ser aptas para o uso dessa tecnologia, também estão inovando por meio da impressão 3D. É o caso da indústria alimentícia, que começou a testar a impressão de comida.
Acredite se quiser, mas algumas empresas já imprimem chocolates em qualquer formato. Também tem máquinas capazes de criar macarrão, bolos, biscoitos e até mesmo hambúrgueres, pois é possível colocar materiais orgânicos.
A moda é outra área que tem se aproveitado das evoluções das impressoras 3D. Marcas como Chanel e Vercase já lançaram criações com roupas e acessórios feitos com impressões tridimensionais. A proposta não é apenas comercializar, mas também fazer testes de como as roupas podem ficar no corpo antes de ir para as araras das lojas.
Da saúde ao empoderamento do consumidor
Já o segmento da saúde é um dos que mais se destacam quando falamos de impressão 3D. Cientistas já conseguiram fazer próteses de mãos e pernas para pacientes. O próximo passo é criar órgãos para diminuir as filas dos transplantes. Um grupo de pesquisadores britânicos do Instituto de Medicina Genética de Newcastle criou uma “biotinta” que, quando usada em uma impressora 3D, pode reproduzir em 10 minutos a forma de uma córnea humana.
A córnea artificial ainda precisa de passar por uma série de testes, mas além de uma esperança para os pacientes, é uma tendência do uso da impressão tridimensional na medicina.
Agora, lembra que falamos, no início desse texto, que podemos construir casas sem tijolos, areia e cimento? Então, por trás dessa ideia estão os pesquisadores da Universidade Tecnológica de Eindhoven, na Holanda. A cidade será a primeira a receber casas com partes impressas em 3D e os primeiros moradores chegam em janeiro de 2019.
Todas as moradias têm paredes compostas por concreto especial. As peças foram impressas e depois levadas ao local para serem montadas no formato das residências, mas o objetivo no futuro é trabalhar direto no canteiro de obras.
Outro campo que pode se beneficiar com a impressora 3D é o da educação. A proposta é reproduzir itens para facilitar a absorção de conteúdos complexos, como o física, biologia e geografia. Já pensou o professor poder montar uma galáxia em 3D com todos os detalhes para ensinar os alunos? Seria bem mais interativo e didático!
Por fim, mas não menos importante, está a criação de produtos domésticos. Aqui, estamos falando de autonomia e empoderamento do consumidor, que poderá imprimir desde objetos pequenos, como um chaveiro, até itens maiores, como cadeiras. Com a popularização da tecnologia, a tendência é diminuir o custo das máquinas para as pessoas e aumentar o fenômeno “Do it yourself” ou “Faça você mesmo”.
A impressão 3D está apenas iniciando uma mudança no mercado. Da produção ao consumidor final, a tecnologia permite diversas possibilidades para inovar e usar a criatividade a favor dos negócios. Para as companhias que querem entrar na era da transformação digital, talvez seja o momento certo de começar a experimentar essa técnica. Quem sabe você não é o Chuck Hull do século 21?
Para sair na frente da concorrência e se adequar às inúmeras mudanças do mercado, a dica é estar sempre atualizado. Então, se você gostou de saber mais sobre impressão 3D, também vai curtir o nosso e-book sobre transformação digital.