Enquanto Avon anuncia tecnologia que promete revolucionar a categoria de skincare, L’Oréal e Nivea se aproximam de startups
Os últimos dias têm estado agitados para algumas das principais marcas de beleza em atuação no mercado brasileiro. E as movimentações de todas giram no sentido dos investimentos em inovação e tecnologia.
A Avon realiza nesta semana em Nova York, mais especificamente no Centro de Pesquisa que mantém em Suffern, a primeira edição do Skincare Summit. Organizado para anunciar uma novidade desenvolvida em parceria com a Universidade de Manchester que promete revolucionar a categoria, o encontro teve participação de mais de 50 pessoas de 15 países, entre jornalistas e outros influenciadores.
A grande novidade foi o desenvolvimento de uma molécula que estimula e reequilibra a produção de dois tipos de colágeno, I e III, que são justamente aqueles que a pele humana começa a perder cedo. Enquanto o colágeno tipo III, conhecido como “colágeno de bebês” fornece uma estrutura para o colágeno I, a atuação dos dois juntos é que garante a firmeza da pele. Embora a pele seja 80% constituída de colágeno, o tipo III começa a reduzir ainda na infância e o tipo I, cai 1% ao ano, a partir dos 25 anos de idade. Esse desequilíbrio ao longo do tempo é que promove a perda de elasticidade da pele.
O “pulo do gato” que a Avon garante estar dando na categoria que é uma das que mais recebe investimentos em tecnologia, e, por outro lado, também tem produtos com alto valor agregado, é justamente criar uma tecnologia – batizada de Protinol – que estimula simultaneamente a produção dos dois tipos de colágeno, algo que segundo Anthony Gonzalez, diretor regional de Desenvolvimento de Produtos para Cuidados com a Pele e Maquiagem da Avon, nenhuma marca de cosméticos tinha conseguido até então (o produto é cotado para substituir o retinol).
Ardeshir Bayat, cientista clínico, pesquisador e professor da Universidade de Manchester confirmou o aumento da produção dos dois colágenos – quando normalmente a indústria de skincare só conseguia isso com o I – e afirmou ter sido a primeira vez que viu um aumento significativo de colágeno III em um tratamento tópico.
Com isso, o Protinol, que demandou cinco anos de pesquisa, passará a estar numa agenda de lançamentos cujo calendário começa em fevereiro nos Estados Unidos, com flaconetes do produto batizado “Anew Skin Reset” – e que em breve deve chegar ao mercado brasileiro. Outras novidades do mercado global chegaram recentemente ao País, como o Renew Vitamina C (a Avon, aliás, afirma ter sido a primeira empresa a estabilizar a vitamina C para uso em itens de skincare, em 1996), o Sérum Antioxidante Vitamina C, Tônico Facial com Vitamina C e Ácido Glicólico, além de uma Máscara Esfoliante Facial Térmica. Já em fevereiro, começa a ser comercializado no Brasil o Renew Triplo Ácido Hialurônico, por meio das revendedoras da marca ou no e-commerce avonstore.com.br.
Segundo a Avon, o Protinol poderá ser utilizado em vários outros tipos de produto. O primeiro lançado promete melhora do estado geral da pele em uma semana de uso. Anthony Gonzalez destaca que o fato de ter sido desenvolvido pela própria Avon e não uma startup ou outro parceiro externo (à Universidade de Manchester coube somente validar as descobertas que os cientistas da Avon fizeram) é parte do que ajuda a companhia desenvolver produtos com alta tecnologia, mas que chegam ao mercado com preço acessível. A propósito, o Brasil, para a categoria de skincare, gera quatro vezes mais receita que o segundo colocado, o México, que é seguido da Rússia.