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Pesquisa mostra queda global da produtividade no mundo do trabalho, mas também aponta caminhos para as empresas saírem do trabalho para os super trabalhos

Erica Volini, líder global de capital humano da Deloitte: futuro do trabalho é uma jornada (Crédito: Roseani Rocha)

Pela primeira vez, o futuro do trabalho foi tratado como um bloco temático separado na CES, o que demonstra que a relevância do tema está em ascensão. E o impacto da inteligência artificial especificamente sobre a atividade remunerada das pessoas nos próximos anos foi assunto para uma apresentação de Erica Volini, líder global de capital humano da Deloitte.

A executiva nomeou seu painel como “Do trabalho aos super trabalho” e sua primeira constatação foi, claro, que a natureza do trabalho está mudando. Erica destacou que seu futuro é uma jornada, o que já traz um novo paradigma a uma atividade social que até então era tratada como algo que tivesse um começo e um fim. “Será uma jornada porque vivemos num mundo de disrupção. Disrupção é o novo normal”, afirmou.

No palco de um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, a executiva disparou que embora a tecnologia pareça sempre ser boa, algo do qual todos estão tirando vantagem, a realidade não é exatamente assim. Dados de um estudo da consultoria, feito em 2019 e apresentado na CES este ano considerando dados globais, dos Estados Unidos, de outras economias maduras e de todas as economias emergentes revelam que em todos os casos a produtividade está em queda.

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Alguns números que confirmam isso, segundo a executiva: 81% dos respondentes esperam que o crescimento da inteligência artificial aumente significativamente nos próximos três anos, 66% esperam ter de treinar funcionários atuais por conta da automação nos próximos anos e 90% revelaram usar trabalhadores “alternativos” dentro da organização atualmente.

“Toda a tecnologia está aí, há forças de trabalho alternativas, mas não sabem exatamente como abraçá-las e traduzir em produtividade”, pontuou Erica. Brincando com um slide que trazia em letras garrafais a sigla “Wtf?”, usada geralmente para “what the fuck?”, disse que se tratava agora do “what the future?”. E o futuro será combinar seres humanos e máquinas.

Segundo ela, na era da inteligência artificial será preciso superar a etapa do custo, em que a busca era somente otimizar eficiência, e mudar a orientação para valor (busca de expandir oportunidades) e, principalmente, para significado e relevância. “Algumas questões precisarão ser feitas: ‘o que posso fazer com as capacidades que estão sendo criadas?’, ‘que novas oportunidades terei como organização?’ e será preciso criar ambiente para os funcionários”, afirmou.

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Segundo Erica, o impacto econômico positivo de olhar para o trabalho de uma nova forma é de US$ 36 bilhões de dólares. Isso na Austrália, o que a fez deixar para o público o desafio de imaginar o que se poderia fazer em uma economia como a dos EUA.

Com isso, trouxe cinco tendências para reinventar um foco humano no trabalho: ir de trabalhos para super trabalhos (expandir o que as pessoas estão fazendo com a tecnologia, dando exemplo de consultores de investimento podem atuar como consultores de negócio); a empresa como uma equipe esportiva (o trabalho funciona com times e não hierarquias); força de trabalho alternativa (há milhões de indivíduos querendo trabalhar de forma diferente e a questão é como fazer deles uma parte de um sistema holístico de trabalho); aprender com o fluxo da vida (aprender é uma coisa contínua, no flow do que você estiver fazendo na vida e no trabalho); e migrar do funcionário para a experiência humana (que trabalho quer fazer como companhia e como engajar funcionários nessa missão).

Finalmente, a executiva da Deloitte defendeu que redesenhar o trabalho feito hoje, mas para atuar, no fundo, da mesma forma é só criar custo para a empresa. Por outro lado, quando cria uma experiência melhor e mais eficiente aí sim é um investimento. Logo, é preciso migrar a mentalidade do redesenhar para o reimaginar.

Fonte: Meio&Mensagem

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