Preocupada com o declínio natural do pós-sal da Bacia de Campos em contraste com os seguidos recordes na produção do pré-sal, a Petrobras anunciou, nesta semana, através do seu diretor de exploração e produção, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, que pode investir 21 bilhões de dólares pelo próximos 4 anos.
Os investimentos da estatal brasileira teriam o objetivo de tentar recompor as perdas na região, assim como “manter a sustentação da curva de produção” da Bacia de Campos, onde a Petrobras produz cerca de 980 mil barris diários de óleo equivalente (boed) de óleo e gás natural.
Atualmente, metade da produção vem do pré-sal e a outra metade do pós-sal, mas os volumes do pré-sal vêm subindo ano a ano, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Ainda segundo a ANP, a produção da Petrobras no pós-sal da Bacia de Campos despencou praticamente pela metade nesta década, caindo de um patamar de 1 milhão de boed em 2011 para aproximadamente 530 mil boed neste ano.
“Estamos nesse momento investindo bastante num programa de melhoria da eficiência operacional. Por isso temos visto algumas operações [de plataformas] que acabam tendo que interromper para fazer esse upgrade (melhorias de eficiência). Temos uma programação que consiste numa série de iniciativas que temos desenvolvido em 2019 e que vão se acentuar ao longo dos anos”, teria afirmado o executivo da Petrobras ao jornal Valor, durante teleconferência com investidores.
O projeto de aceleração de investimentos da Petrobras na Bacia de Campos inclui desde a entrada de duas novas plataformas, para revitalização do campo de Marlim, até a perfuração de 87 novos poços na bacia fluminense.
Ao mesmo tempo, a petroleira brasileira mantém ativo o seu programa de desinvestimentos, para venda de ativos de menor rentabilidade na área, como já aconteceu com as vendas dos polos de Pargo, Pampo e Enchova, além do campo de Marombas, que renderam à estatal contratos de 1,34 bilhão de dólares.
Segundo o diretor de exploração de produção da Petrobras, as intervenções para recuperação da produção da Bacia de Campos devem aumentar o custo de extração da companhia para os seus ativos em águas profundas, no pós-sal, que estão atualmente em 13 dólares o barril.
“Vamos num primeiro momento assistir a uma menor performance, mas com expectativa de melhorar o desempenho. Esperamos recompor a produção”, afirmou Carlos Alberto Pereira de Oliveira.
Além da preocupação com a recuperação da produção atual, a Petrobras pretende intensificar, nos próximos anos, os investimentos na exploração da Bacia de Campos, em busca de novas descobertas.
De acordo com a reportagem do Valor, a empresa fará campanhas nos blocos arrematados nos leilões dos últimos 2 anos, mas também buscará perfurar o pré-sal de campos maduros, que tradicionalmente produzem na camada pós-sal, preparando assim um teste de longa duração na área de Forno, descoberta na concessão de Albacora.
Fonte: ABESPetro