Sexta-feira, Novembro 8

A Escola Estadual Municipalizada Polivalente Anísio Teixeira entrou na lista global das escolas que inspiram os alunos a se interessarem por carreiras nas áreas das Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Pesquisa desenvolvida em sala de aula pela professora de Robótica da rede municipal de Educação de Macaé, Érica Scheffel, com alunos dos 8° e 7° anos do Ensino Fundamental, está entre as 10 premiadas no Brasil e levou a professora a uma experiência de imersão na Nasa, Agência Espacial dos Estados Unidos, em julho deste ano.

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Érica Scheffel foi premiada pelo Limitless Global Educator Program, do Limitless Space Institute, que tem convênio com a NASA e financiamento da IHS Towers of Strenght para levar professores especialistas em suas áreas para essa imersão. Foram selecionados projetos que impactam e fazem a Educação com integridade, coragem e imaginação. Na pesquisa, a professora verifica se é possível usar jogos para detectar alterações nos níveis de atenção, memória, raciocínio lógico e controle emocional dos astronautas sob os efeitos da microgravidade.

Orgulhosa, a professora Scheffel destaca a participação dos alunos no projeto, quase todos do 8° ano: Gabriel Rangel, João Rangel, Guilherme Rosalves, Laura Nunes, Laura Nogueira, Luiany Alvarenga, Pedro Henrique Melo e Pedro César Hortz, com idades entre 13 e 15 anos. Apenas um aluno é do 7° ano e também o mais novo: Ítalo de Senna, 12 anos. Eles programaram os protótipos dos jogos que foram exibidos aos avaliadores do programa. Alguns deles falaram sobre a sua participação e como a educação tecnológica pode impactar o seu futuro.

Os alunos Laura Nogueira, Pedro Henrique Melo e Thays de Paula – ambos com 13 anos – desenharam o patch da missão. “As bandeiras simbolizam a união dos países que participam do projeto; a estação espacial, para onde vão mandar os jogos para testes; o cérebro, o quiz das perguntas que também vão para o espaço; e a Terra somos nós”, explicou Laura Nogueira.

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Mas qual o impacto do projeto na vida dos alunos? Eles mesmos falam. Laura Nunes, 13 anos, disse que, com o projeto, aprendeu a trabalhar em grupo, o que antes tinha dificuldade, e a pensar mais rápido em situações de muita pressão. “Isto ajudou bastante não só a gente, mas a turma toda”. Eles ainda não sabem a carreira que pretendem seguir, no futuro, porém, acham que deve ter a ver com a Robótica que despertou o interesse pelos jogos de forma criativa e diferente das aulas convencionais. Guilherme Rosalves contou que aprendeu a programar jogos a partir da pesquisa. “Também gostei de ajudar no projeto que é grande, internacional”, avaliou. “Aprendi que, em muitas situações não adianta a pressa, pois a questão é pensar para fazer a melhor escolha”, observou Laura Nogueira.

Durante aula este mês, os alunos receberam o certificado de participação no projeto. A diretora executiva do Limitless Space Institute, Kaci Heins, entrou ao vivo em videochamada e parabenizou a pesquisa, a professora e os alunos da Polivalente. O programa atua com pesquisas para o avanço da exploração espacial e também como fomento à educação STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português), disciplinas consideradas importantes para a exploração espacial.

A pesquisa tem apoio da neurocientista da UFRJ Isabela Lobo e das professoras de inglês Oksana Kitaeva e Liliane Fonseca. A Polivalente recebeu materiais dos Estados Unidos para a realização de projetos locais, como telescópio, sensores e microscópio digital para as atividades espaciais com os alunos em Macaé.

Missão profissional e de vida

A professora Érica explicou como entrou no programa. “Para fomentar essa educação STEM, o Limitless possui um programa internacional de capacitação de professores, o Limitless Global Educator Program, no qual eu me candidatei a uma vaga e fui selecionada. Somente 10 professores brasileiros foram premiados”. Segundo ela, também foram selecionados 10 professores nigerianos e a participação de todos foi financiada por uma empresa de estruturas de telecomunicações, a IHS.

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“Na Nasa conheci o astronauta Reid Wiseman, comandante da Missão Artemis 2, que vai para a lua no ano que vem. Muito simpático e gentil, ele manifestou gratidão aos professores da vida dele para que conseguisse alcançar seus sonhos”, completou a professora.

 Ela acrescentou: “Nós entramos na Nasa como convidados VIPs, por isso fomos até a área de treino dos astronautas, onde tem a piscina com 23 milhões de litros de água e 18 metros de profundidade. A piscina é importante para eles, pois o traje espacial para as caminhadas espaciais pesa cerca de 150 quilos, então, eles usam esse traje dentro dessa piscina para treinar a movimentação e a interação com os equipamentos”.

O projeto da professora Érica foi apresentado aos avaliadores na NASA em 11 de julho deste ano. No mesmo dia, em Macaé, era realizado o evento Inovar Space, organizado pelo Projeto de Robótica Inovar e Aprender, coordenado por Luemy Ávila. “Os alunos estavam participando desse evento aqui, no município, que contou com oficinas de satélite da ObSat e também com planetário inflável e eu estava apresentando o trabalho lá”, disse. Érica levou a bandeira de Macaé para a Nasa.

Ela contou que, em fevereiro, toda a escola foi informada e convidada a participar do evento. A partir daí, muitos alunos se interessaram e se matricularam nas aulas de Robótica. “As minhas seis turmas de Robótica da Polivalente estão realizando as atividades que aprendo com o Limitless Space Institute, onde usamos os materiais que recebemos dos Estados Unidos”, concluiu.

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A formação de Érica tem tudo o que o ensino STEM busca. Ela é graduada em Artes e em Engenharia de Software, mestra em Informática e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Informática da UFRJ. Atua no Projeto de Robótica Inovar e Aprender, desde 2016, e também ministra aula de Inovação, Tecnologia e Robótica no Colégio de Aplicação de Macaé (Cap).

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