Um apagão em larga escala atingiu vários países europeus na última segunda-feira (28), incluindo Portugal e Espanha, deixando milhares de pessoas sem energia elétrica e paralisando serviços essenciais. Embora as causas ainda estejam sendo investigadas — sem indícios até o momento de erro humano ou ataque cibernético — o episódio já mobiliza especialistas em todo o mundo e reacende discussões sobre a preparação das nações para lidar com crises energéticas.

No Brasil, o alerta foi feito pela advogada Renata Baldin, especialista em Governança, Direito Tributário e Societário. Baldin propôs uma reflexão incisiva sobre a fragilidade das sociedades modernas frente à dependência da energia elétrica e a escassez de planos de contingência — especialmente no contexto brasileiro.
“Chegamos a um ponto da evolução que nossas vidas dependem exclusivamente de energia elétrica, e ninguém está se dando conta da necessidade de pensarmos em um plano B”, afirmou a especialista. Para ela, o recente colapso europeu deveria servir como um alerta urgente. “Estamos preparados para enfrentar um apagão no Brasil?”, questiona.

Segundo Renata Baldin, a sociedade brasileira está pouquíssimo preparada para um evento desse tipo. “Não treinamos nossos funcionários, não orientamos nossas crianças, não temos protocolos bem definidos em casa ou nas empresas. Se faltasse energia agora, por quanto tempo sua empresa continuaria funcionando? Seu portão abriria? Você saberia conservar alimentos ou se locomover?”
A especialista destaca que o despreparo está diretamente ligado à cultura de negligenciar riscos e evitar investimentos em prevenção. “Faz parte da nossa cultura subestimar as ameaças, achar que isso não vai acontecer conosco. E quando acontece, nos vemos em completo caos, como na Europa.”
Ela defende que o episódio europeu seja encarado como um divisor de águas. “Desejo sinceramente que o evento ocorrido na Europa sirva de alerta para que autoridades, empresários, gestores e até os cidadãos comuns entendam e apoiem a cultura de gestão de riscos. Precisamos buscar alternativas para garantir a continuidade da operação, da vida e da segurança mesmo diante de falhas sistêmicas”.
