Por Fernando Passeado
A recente decisão de redistribuir voos do Aeroporto Santos Dumont (SDU) para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) tem gerado debates acalorados entre autoridades, empresários e passageiros. A medida, anunciada pelo governo do Rio de Janeiro e chancelada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), buscando fortalecer o Galeão como hub internacional e descongestionar o Santos Dumont, mas enfrenta resistência de alguns setores.
A Medida em Detalhes
A redistribuição prevê a transferência de voos de maior distância e rotas interestaduais do Santos Dumont para o Galeão, enquanto o SDU ficaria prioritariamente com operações regionais e voos de curta duração. O objetivo é equilibrar o uso dos dois aeroportos e garantir maior competitividade ao Galeão, que tem registrado queda acentuada no número de passageiros nos últimos anos.
De acordo com especialistas, o Santos Dumont, por sua localização central no Rio de Janeiro, tem atraído a maior parte do tráfego aéreo, enquanto o Galeão, com capacidade para atender até 37 milhões de passageiros por ano, opera com menos de 30% de sua capacidade.
A posição do governador
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, apoia a medida e tem sido um dos principais articuladores do plano de revitalização do Galeão. Em declarações recentes, ele destacou que a transferência de voos é essencial para garantir a sustentabilidade do aeroporto internacional e promover o desenvolvimento econômico do estado.
“Não se trata de deficiência do Santos Dumont, mas de criar um equilíbrio que beneficie o Rio de Janeiro como um todo. O Galeão é um ativo estratégico e precisa ser fortalecido para atrair mais investimentos e conexões internacionais”, afirmou o governador.
Cláudio Castro também ressaltou a importância de melhorar o acesso ao Galeão, incluindo projetos de mobilidade urbana, como novas linhas de ônibus expressos e a possível extensão do metrô até a região do aeroporto.
Impactos econômicos e reações
Empresários e entidades ligadas ao setor de turismo têm opiniões divergentes sobre a medida. Enquanto alguns defendem a redistribuição como necessidade para fortalecer o Galeão, outros temem que ela possa melhorar os negócios próximos ao Santos Dumont, que dependem do alto fluxo de passageiros.
Associações de companhias aéreas também manifestaram preocupação, apontando possíveis aumentos nos custos operacionais e a necessidade de ajustes nas rotas. Já para os passageiros, a medida pode representar maior deslocamento e ritmo de viagem, principalmente para quem depende do Santos Dumont pela proximidade com o centro da cidade.
Por outro lado, analistas apontam que um Galeão fortalecido pode atrair novos voos internacionais e contribuições para o turismo no estado, gerando impacto positivo no longo prazo.
O desafio
A redistribuição de voos entre os dois aeroportos do Rio de Janeiro representa um desafio de equilíbrio entre interesses econômicos, logísticos e políticos. O apoio do governador Cláudio Castro à medida reforçará a prioridade de revitalizar o Galeão, mas a implementação exigirá esforços para minimizar os impactos sobre passageiros e empresas.
O debate sobre o futuro da aviação no Rio está longe de terminar, mas é inegável que fortalecer o Galeão será crucial para colocar o estado de volta no mapa das grandes redes internacionais.