Estima-se que de 300 mil a 400 mil pessoas sofreram um infarto em 2022 no Brasil e, desses, quase 100 mil evoluíram para óbito. Muitos desses pacientes apresentaram sintomas precoces que não foram identificados, atrasando o diagnóstico e levando a complicações
A maioria dos danos pode ocorrer nas primeiras duas horas após um ataque cardíaco. O Atendimento Precoce do Ataque Cardíaco (APAC) ensina a reconhecer os sinais sutis desse evento e agir de acordo com eles.
Quais são os sinais precoces?
Quando está sofrendo um ataque cardíaco, a pessoa pode ter um ou mais sintomas. No início, eles podem ser leves ou intermitentes. Com o passar do tempo, os sintomas e a dor se tornam mais intensos.
Um sinal de alerta importante é a sensação de “pressão no peito”. Mas não só — entre as principais manifestações de um ataque cardíaco estão:
- Falta de ar;
- Dor nas costas;
- Náusea ou vômitos;
- Ansiedade;
- Fadiga ou fraqueza excessiva;
- Dor na mandíbula;
- Dor que irradia para um ou ambos os braços;
- Desconforto no estômago;
- Pressão, aperto, dor ou queimação no peito
Quais são os fatores de risco?
Existem vários fatores que aumentam o risco de uma pessoa ter um ataque cardíaco. Eles devem ser discutidos previamente com o médico de rotina. Entre os mais comuns estão:
- Histórico familiar de doença cardiovascular;
- Hipertensão arterial;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Estilo de vida sedentário;
- Colesterol elevado;
- Tabagismo (inclusive o uso de vapes);
- Diabetes;
- No caso de mulheres, o uso de pílulas anticoncepcionais, histórico de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional ou ter tido um bebê com baixo peso ao nascer também são fatores de risco importantes.
Diferenças entre homens e mulheres
Alguns sintomas de ataque cardíaco podem ser diferentes entre homens e mulheres. Nelas, a doença cardiovascular pode se apresentar apenas como uma dor genérica e de difícil caracterização, e não como a lancinante dor no peito geralmente relatada pelos homens.
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Por que isso importa? Porque as mulheres podem ser menos propensas a procurar atendimento médico imediato, causando mais danos ao coração.
Outros sintomas mais frequentes nas mulheres são:
- Dor no pescoço, nos ombros e no rosto;
- Falta de ar;
- Fadiga;
- Palpitações;
- Dor no peito;
- Exaustão, tontura ou enjoo;
- Desconforto no estômago;
- Dores na parte superior das costas que irradiam até a mandíbula.
Importante ressaltar que nem sempre os sintomas ocorrem ao mesmo tempo. Algumas podem ter apenas um deles, enquanto outras vão ter uma combinação de dois ou três.
Apresentações atípicas
Algumas pessoas, porém, não têm os sintomas clássicos do infarto, podendo apresentar sinais um pouco diferentes – são as chamadas apresentações atípicas. Além de mulheres, idosos, diabéticos e pacientes com doenças renais podem ter essas manifestações. Esteja alerta para os seguintes sintomas:
- Uma dor aguda ou “tipo facada” que ocorre com tosse ou respiração;
- Dor que se espalha acima do maxilar ou para a parte inferior do corpo;
- Respiração difícil ou trabalhosa.
Ao perceber qualquer um desses sintomas, procure o serviço de emergência ou ligue para o SAMU no 192.
Revisão técnica: Dr. Fabio Grunspun Pitta, médico cardiologista do Programa de Cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein; e dr. Marcelo Franken, gerente de Cardiologia Clínica do Einstein.