Estudo do BCG mostra que varejistas devem aumentar em 20% o investimento em inovação.
O estudo “How Retailers Use Innovation to Gain an Edge” lançado peloGrupo Consultor de Boston e World Retail Congress (WRC), revela que as empresas que já têm o conceito de inovação introduzido nos negócios alcançam um retorno sobre o investimento (ROI) mais elevado. Em âmbito mundial, os varejistas que mais investem em inovação (média de 13%), obtém um ROI de 21%. Por outro lado, os que menos aplicam (apenas 3%), contam com ROI de 9%.
“O investimento em inovação é importante para que os varejistas não fiquem presos em um ciclo vicioso, no qual o recurso é aplicado apenas em projetos-piloto, que não têm força para estimular uma transformação significativa no desempenho da organização, resultando em um baixo ROI. Com pouco retorno financeiro, por sua vez, não há como dedicar esforços para novos produtos e/ou serviços”, explica Fernando Lunardini, diretor executivo e sócio do BCG.
A pesquisa foi realizada com 400 executivos de variados setores do varejo de todo o mundo, sendo 78 da América Latina – 32 do Brasil, 29 do México e 17 da Argentina.
Marcas mais inovadoras
Atualmente, 60% das marcas mais inovadoras da América Latina, ou seja, as que destinam mais de 8% de sua receita anual para isso, estão investindo em redes sociais para vendas, 27% em mídias de varejo e 13% em marketplace. No próximo ano, 54% deles disseram que vão priorizar o e-commerce.
Até 2027, a previsão para a região é de que haja um aumento de 20% nos gastos com inovação por 34% das companhias que estão liderando a categoria, 25% pelas que estão em progresso (com mais de 6% dos recursos alocados em inovação) e de 20% pelas consideradas atrasadas (menos de 6% do faturamento vai para a área de criação) em termos de gerar novidades aos seus consumidores.
Melhores práticas
O relatório também aponta que entre as melhores práticas, em termos de inovação, estão:
Investir em múltiplos projetos
Cerca de dois terços dos líderes (66%) e 47% dos atrasados na América Latina, maximizam seu ROI antecipado espalhando o financiamento da inovação por várias iniciativas, usando governança adequada para acompanhar os resultados das atividades, fornecendo o suporte necessário e decidindo quais tarefas continuar investindo. Esse número é superior ao global (de 63% e 43%, respectivamente).
Instituir amplas parcerias
Segundo o estudo, 66% dos líderes e 47% dos atrasados latino-americanos identificam as áreas em que podem acelerar a inovação ao complementar as operações internas com capacidades externas.
Em âmbito global, mais da metade (57%) e 40% dos atrasados trabalham em projetos de inovação com partes externas. Apenas um em cada dez líderes inova principalmente internamente, em comparação com um em cada quatro dos atrasados.
Transformar paradigmas da indústria e a expectativa dos consumidores
Mais da metade (60%) dos líderes em inovação da região fazem movimentos audaciosos em vez de se embasar exclusivamente em insights dos clientes, em comparação com 40% dos atrasados. Globalmente, estes números são, respectivamente, 50% e 37%.
“A inovação contínua continua é crucial para que os varejistas mantenham vantagem em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico”, finaliza Lunardini.
Fonte: BCG